A XP Inc. (XPBR31) conseguiu atravessar a sazonalidade do primeiro trimestre, período marcado por férias e feriados como o carnaval, e obteve o maior lucro de sua história. Entre janeiro e março deste ano, o lucro líquido ajustado da instituição financeira foi de R$ 1,236 bilhão, 20% maior do que a cifra registrada um ano antes e 2% superior ao quarto trimestre de 2024.
O lucro antes de impostos (EBT, na sigla em inglês) foi de R$ 1,263 bilhão, com alta anual de 16%. A margem EBT, por sua vez, avançou 220 pontos-base nessa mesma base de comparação, para 29,1%.
A receita bruta total da XP foi de R$ 4,6 bilhões, crescendo 7% em relação ao mesmo período do ano passado. A maior parte desse montante é receita de varejo, que avançou 10%, para R$ 3,44 bilhões.
A receita de grandes empresas e mercado de capitais cresceu 11% na mesma base de comparação, para R$ 562 milhões. De acordo com a XP, mesmo com um cenário de volumes mais baixos na indústria local, a instituição ganhou share no mercado de crédito (DCM).
A receita institucional, por sua vez, recuou 3% em bases anuais, para R$ 344 milhões.
Renda fixa foi principal fonte de receita do varejo
Em um cenário de juros elevados, a renda fixa se tornou a principal fonte de receita dentro do varejo na XP pela primeira vez. O segmento trouxe um faturamento de R$ 1,015 bilhão no primeiro trimestre, com uma alta de 44% em relação ao mesmo período do ano passado e um avanço de 4% na comparação com o período entre outubro e dezembro de 2024.
Já a receita de renda variável recuou 15% em bases anuais, para R$ 959 milhões, o que também representa uma queda de 4% em relação ao quarto trimestre do ano passado. O desempenho coincide com um recuo no volume financeiro médio diário (ADTV) do mercado de ações da B3 entre janeiro e março.
De acordo com o balanço da administradora da Bolsa, divulgado no último dia 8 de maio, o volume recuou 6,9% na comparação trimestral e ficou principalmente estável em relação ao primeiro trimestre de 2024, mesmo com a recuperação do preço das ações no período.
Além da renda fixa, a linha do balanço conhecida como “outras receitas” e que engloba câmbio, conta digital, investimentos globais, dentre outros, foi outro destaque positivo, avançando 19%, para R$ 584 milhões.
Redução de dois dígitos nas despesas
As despesas administrativas gerais da XP Inc. recuaram 10% em relação ao quarto trimestre de 2024, para R$ 1,417 bilhão, e ficaram praticamente estáveis na comparação anual.
O índice de eficiência, percentual das despesas em relação a receita, que já tinha alcançado a melhor marca no final do ano passado, recuou ainda mais e chegou a 34,1% no primeiro trimestre. De acordo com a XP, o desempenho vem reforçar, mais uma vez, sua disciplina de custos.
“Seguimos ganhando alavancagem operacional à medida que escalamos nosso negócio, mesmo considerando novos investimentos para aprimorar nossa plataforma, como melhorias em produtos de banking e contratação de mais assessores de investimentos”, diz o texto que acompanha o balanço.
Captações e ativos sob gestão
A captação líquida da XP no primeiro trimestre foi de R$ 24 bilhões. Houve uma queda em relação aos R$ 29 bilhões do quarto trimestre, mas a cifra é quase o dobro dos R$ 13 bilhões captados nos três primeiros meses de 2024.
Com isso, a XP passou a administrar R$ 1,328 trilhão de ativos de clientes, alta de 13% em bases anuais. O número de clientes ativos cresceu 2% no mesmo intervalo de tempo, para 4,7 milhões, e ficou praticamente estável em relação ao quarto trimestre do ano passado.
O número de assessores ligados à plataforma XP também praticamente não mudou em relação ao final de 2024, terminando o primeiro trimestre em 18,1 mil. Na comparação anual, houve um aumento de 2%.
Novo programa de recompra de ações
Junto ao balanço trimestral, a XP Inc. anunciou mais um programa de recompra de ações no valor de R$ 1 bilhão. O movimento está alinhado ao objetivo da instituição em remunerar o acionista com pelo menos 50% dos lucros até o ano que vem, o que também inclui a distribuição de dividendos.
Os programas de recompras de ação, inclusive, ajudaram a impulsionar o lucro por ação da XP, que cresceu 24% no primeiro trimestre, na comparação anual, para R$ 2,29.
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Fonte: InfoMoney