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Voltar atrás foi bom? O que fez o Ibovespa zerar a forte queda em meio ao efeito IOF

Voltar atrás foi bom? O que fez o Ibovespa zerar a forte queda em meio ao efeito IOF

O Ibovespa zerou as perdas na sessão desta sexta-feira (23), após uma abertura de forte aversão ao risco com avanço das incertezas fiscais no Brasil.

Às 13h25 (horário de Brasília) desta sexta, o Índice Bovespa subia 0,11%, aos 137.429,58 pontos, mais perto da máxima de 137.561,78 pontos do que da mínima aos 134.997,30 pontos (-1,66%). Durante a tarde, passou a operar entre leves perdas e ganhos: às 15h05, a queda era de 0,14%, a 137.076 pontos.

O governo recuou ontem na decisão de aplicar alíquota de 3,5% em fundos de investimento no exterior após muita pressão do mercado e indicou que pode haver aumento no contingenciamento.

De qualquer forma, a cautela dos agentes com o fiscal continua. Nos EUA, o mercado de títulos fecha mais cedo hoje devido ao feriado na segunda-feira pelo Memorial Day.

No Brasil, seis horas depois de divulgar o aumento do IOF para uma série de transações, o Ministério da Fazenda recuou na ideia de taxar fundos nacionais no exterior. “Um recuo por mais que seja bom, o estrago já foi feito. As impressões que ficam são bem negativas. Não tem como apagar a mácula que foi criada”, afirma Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

Em meio ao incômodo dos mercados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu entrevista nesta manhã em São Paulo, para tentar atenuar o mau humor dos investidores da véspera. Conforme Spiess, o governo conseguiu ofuscar a possibilidade de efeito positivo de uma notícia que poderia agradar, ao anunciar um contingenciamento maior do que os R$ 10 bilhões previstos pelo mercado.

Direto de seu gabinete em São Paulo, disse que não considera exagerada a má reação do mercado financeiro ao anúncio de mudanças no IOF. Também para ele, o aumento não indica que o governo federal busca fazer um ajuste fiscal apenas pelo lado das receitas.

A medida tem um impacto arrecadatório de cerca de R$ 20 bilhões, de acordo com a pasta. Também comentou sobre as especulações envolvendo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, a respeito das medidas. “Voltar atrás é muito positivo”, diz o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

“Na minha visão, mostrou que voltará atrás em pautas sensíveis como investimentos de fundo nos mercados internacionais, o que dá a entender que podem mexer mais se necessário”, reforça Alison Correia, analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos.

Ontem, o governo anunciou contenção de R$ 31,3 bilhões em despesas do Orçamento para tentar cumprir a meta de déficit fiscal zero prevista para o ano. Porém, acabou ficando em segundo plano, pois na sequência foi anunciado aumento do IOF para uma série de operações, como no crédito para empresas, cartão de crédito internacional e previdência privada. A medida, para reforçar os cofres públicos, já entra em vigor nesta sexta-feira.

Além de o assunto gerar preocupações fiscais nos mercados, os investidores ainda se deparam com o mau humor externo diante do acirramento da disputa comercial norte-americana.

Hoje, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recomendou que uma tarifa fixa de 50% seja aplicada contra a União Europeia (UE) a partir de 1º de junho. O republicano ainda ameaçou impor tarifas à Apple se a gigante de tecnologia americana continuar fabricando iPhones em outros países fora dos EUA.

Ontem, o Ibovespa fechou com queda de 0,44%, aos 137.272,59 pontos. Na semana, agora, cede quase 2,00%.

(com Estadão Conteúdo)

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Fonte: InfoMoney

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