Uma nova espécie de sapo foi descoberta nas margens do Rio Eiru, na floresta amazônica. Com apenas 15 a 18 milímetros de comprimento (menor que uma moeda de cinco centavos), o animal foi denominado Ranitomeya aquamarina. Ele chama a atenção pelas cores metálicas brilhantes, que variam entre azul, verde e laranja, e pela alta toxidade. Outro curiosidade observada foi a possível monogamia entre os pares.
A descoberta foi feita por uma equipe do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em uma área de floresta preservada cercada por bananeiras-bravas, próxima ao Rio Eiru, afluente do Rio Juruá. Foram encontrados apenas 12 indivíduos, o que indica que a espécie pode ser rara. Além disso, essa é a primeira rã venenosa nova do gênero Ranitomeya registrada nos últimos 13 anos.
O nome aquamarina foi escolhido por causa das listras azul-esverdeadas e metálicas que lembram a cor da água do mar. A referência também foi inspirada na pedra preciosa água-marinha, para destacar o valor da descoberta. A descrição completa do animal foi publicada na revista científica ZooKeys.
Sapo “esbraveja” com pesquisadores que “mexeram” com sua fêmea
Além das cores vibrantes, o comportamento do sapo surpreendeu os pesquisadores. Diferentemente de outros anfíbios, que costumam ser solitários e competitivos na hora de conquistar parceiras, este parece formar casais fixos. Segundo os pesquisadores relatam no artigo, quando uma fêmea era capturada para estudo, seu parceiro vocalizava de forma intensa, como se tentasse “protestar” contra a separação.
Esse canto também tem outra função: defender o território. Em testes com gravações, os machos responderam prontamente aos sons como se estivessem expulsando um invasor. Eles vocalizam principalmente pela manhã, com longos trinados que podem durar horas. Geralmente, fazem isso empoleirados em folhas, emitindo entre 21 e 45 notas por chamada.

Leia mais:
- Os sapos realmente andam sobre a água? Entenda esse mistério
- Veneno de sapo pode tratar ansiedade e depressão, diz estudo
- Espécie rara de sapo é avistada pela primeira vez em mais de 100 anos
As cores metálicas não são apenas bonitas – elas funcionam como um aviso. Esses tons vibrantes são comuns em animais venenosos e servem para alertar predadores de que o sapo pode ser perigoso ou ter gosto ruim. A combinação de preto com listras coloridas, membros alaranjados e manchas vermelhas faz do R. aquamarina um exemplo clássico de defesa por coloração.
Outro traço marcante é a estrutura das patas. Os dedos têm pontas em forma de disco, algumas bem maiores do que outras. Essa adaptação ajuda o animal a se movimentar com agilidade pelo ambiente da floresta, subindo em folhas e galhos com facilidade.
Os pesquisadores destacam que ainda há muito a ser descoberto na região. Eles esperam que a nova espécie sirva de incentivo para proteger essa parte da Amazônia e aprofundar os estudos sobre sua biodiversidade.
O post Venenoso, brilhante e monogâmico: conheça o novo sapo descoberto na Amazônia apareceu primeiro em Olhar Digital.
Fonte: Olhar Digital