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Vendas globais do McDonald’s caem após tarifas de Trump

O McDonald’s informou que os consumidores reduziram suas visitas nos três primeiros meses do ano. Isso resultou em uma queda nas vendas para o gigante do fast food.

As vendas globais em lojas já existentes caíram levemente, 1%, no trimestre encerrado em 30 de março, em comparação ao mesmo período do ano passado. A queda foi impulsionada por uma redução de 3,6% nos Estados Unidos.

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Executivos do McDonald’s afirmaram que diversas pressões econômicas — incluindo inflação e juros altos contínuos — estão afetando não apenas os consumidores de baixa renda, mas também parte dos consumidores de renda média.

“As pessoas estão simplesmente visitando menos, e isso reflete, acredito eu, a pressão sobre os consumidores, o sentimento do consumidor”, disse Ian Borden, diretor financeiro do McDonald’s, a investidores e analistas durante uma teleconferência de resultados.

A receita global da rede, que inclui taxas pagas por franqueados, caiu 3% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 6 bilhões no trimestre. O lucro líquido também recuou 3%, para US$ 1,9 bilhão.

Os comentários dos executivos do McDonald’s ecoam declarações recentes de líderes de outras empresas alimentícias sobre os gastos do consumidor. Executivos de várias grandes companhias voltadas ao consumo relataram vendas mais fracas nos três primeiros meses do ano.

PepsiCo e Chipotle também sofrem com queda nos gastos

A PepsiCo reduziu sua projeção de lucros para o ano inteiro, prevendo uma queda na demanda por seus refrigerantes e salgadinhos. O gigante dos burritos Chipotle relatou que suas vendas em lojas abertas há mais de um ano caíram pela primeira vez desde 2020 no trimestre mais recente. Ambas atribuíram os resultados ao receio dos consumidores quanto à situação econômica.

Ainda assim, o McDonald’s afirmou que já começou a ver alguma melhora no segundo trimestre. Em abril, lançou uma promoção de refeição ligada ao lançamento de um filme baseado no popular jogo Minecraft. Essa ação parece ter atraído clientes, e a empresa espera manter o impulso em maio com a oferta de tiras de frango e foco contínuo em refeições com preços acessíveis.

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“Durante o restante de 2025, continuaremos oferecendo combos de valor diário a partir de US$ 5, já que o atual combo de US$ 5, em especial, teve uma boa aceitação entre os clientes”, disse o CEO Chris Kempczinski na teleconferência.

Embora o McDonald’s seja um termômetro observado de perto para medir o consumo e o sentimento dos consumidores — especialmente entre os americanos de baixa renda —, a marca também é amplamente reconhecida fora dos Estados Unidos. As vendas internacionais representam quase 60% da receita da empresa.

Investidores e analistas de Wall Street têm acompanhado de perto empresas voltadas ao consumidor com forte presença internacional, em busca de sinais de sentimento antiamericano relacionados às políticas do presidente Donald Trump, incluindo tarifas.

Em alguns mercados internacionais, cresce a percepção negativa entre consumidores — especialmente no norte da Europa e no Canadá — em relação aos EUA e a marcas americanas, disse Kempczinski aos analistas, citando os resultados de uma pesquisa interna.

Segundo ele, a pesquisa revelou que consumidores em vários mercados pretendem reduzir a compra de marcas americanas, e que houve um aumento no sentimento antiamericano. “Podemos falar de um aumento de 8 a 10 pontos percentuais nesse sentimento”, afirmou.

Esse sentimento, porém, não afetou a marca McDonald’s, disse ele, destacando que os restaurantes internacionais são, em sua maioria, operados por franqueados locais, que “vivem, trabalham e apoiam as comunidades onde atuam”.

O McDonald’s informou que seu segmento de mercados operados internacionalmente — que inclui Canadá e grande parte da Europa — teve uma queda de 1% nas vendas em lojas existentes, em comparação ao ano anterior.

No ano passado, esse mesmo segmento havia crescido 2,7% no trimestre. A empresa disse que a queda foi impulsionada, principalmente, pela redução das vendas no Reino Unido.

Em outros mercados internacionais, incluindo China, Japão e Oriente Médio, o McDonald’s registrou um crescimento de 3,5% em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente por vendas melhores no Oriente Médio e no Japão, segundo a empresa.

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