As vendas de dívidas organizadas por banqueiros em toda a Europa ultrapassaram € 1 trilhão (R$ 6,3 trilhões) no ano, alcançando esse marco no menor tempo já registrado, mesmo após o mercado ter sido brevemente fechado devido às tarifas recíprocas do governo Trump.
A emissão no mercado de dívida pública da Europa atingiu esse marco nesta terça-feira (20), nove dias mais rápido do que o recorde anterior estabelecido em 2024, de acordo com dados compilados pela Bloomberg que capturam ofertas em euros, libras esterlinas e dólares reg S [títulos emitidos em dólares americanos que se beneficiam de uma isenção regulamentar do Regulamento S, permitindo que sejam oferecidos e vendidos sem registro na SEC].
Negócios corporativos de múltiplas parcelas da Novo Nordisk e da Siemens nesta semana aumentaram o total, com o ritmo acelerado deste mês não mostrando sinais de desaceleração até agora.
“O congelamento na emissão após o ‘Dia da Libertação’ lembrou a todos que as janelas de mercado podem ser passageiras e agora é um bom momento para acessar financiamento em euros”, disse Fabianna Del Canto, co-chefe dos mercados de capitais para Europa, Oriente Médio e África no Mitsubishi UFJ Financial Group.
Histórico do marco de vendas de € 1 trilhão alcançado:
- 2025: 20 de maio
- 2024: 29 de maio
- 2023: 26 de junho
- 2022: 9 de setembro
- 2021: 29 de junho
- 2020: 9 de junho
“Se você observar como os negócios foram absorvidos pelo mercado, os níveis de sobras e o quanto eles se estreitaram no secundário, tudo isso indica um mercado muito bem funcionando”, afirmou Del Canto.
Os investidores fizeram pedidos para 3,69 vezes mais títulos do que estavam disponíveis para venda neste mês, de acordo com dados disponíveis compilados e analisados pela Bloomberg. Ofertas da Alemanha e um título verde da Eurofima tiveram a demanda superando a oferta em alguns dos maiores índices.
Pelo menos 26 entes ofereceram negócios no mercado de dívida pública da Europa nesta terça-feira, incluindo uma venda de cinco partes da Novo Nordisk que irá parcialmente refinanciar a dívida da empresa, segundo uma fonte com conhecimento da venda, que pediu para não ser identificada porque a informação é privada.
As vendas de dívidas têm apresentado globalmente um crescimento acentuado neste ano, mesmo após os anúncios de tarifas dos EUA abalarem os mercados globais no mês passado e causarem uma interrupção temporária no mercado de dívidas. Desde então, as vendas se recuperaram, embora alguns entes dos EUA tenham optado por adiar negócios planejados na segunda-feira (19), após o rebaixamento da classificação de crédito do governo pela Moody’s.
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Fonte: InfoMoney
