Depois de atingirem um recorde em 2024, as recompras de ações seguem fortes neste ano. Em março de 2025, foram recomprados R$ 2,7 bilhões em papéis, segundo o Itaú BBA, um crescimento em relação aos R$ 2,1 bilhões registrados em fevereiro. De acordo com o banco, há R$ 89 bilhões em programas de recompra abertos, de 109 companhias, dos quais R$ 73,1 bilhões foram abertos nos últimos doze meses.
As empresas abrem programas de recompra quando acreditam que as ações estão subvalorizadas e o investimento em seus próprios papéis pode gerar um bom retorno.
Ao diminuir o número de ações em circulação, o lucro por ação aumento, aumentando o retorno potencial para o acionista. Nem sempre, contudo, elas precisam executar todo o programa. O valor total diz respeito ao valor máximo que elas podem adquirir num determinado período de tempo.
No ano passado, foram recomprados R$ 30 bilhões em ações. Neste ano, os programas de recompra já executados somam R$ 7,4 bilhões.
O relatório publicado hoje pelo Itaú destaca cinco empresas com programas de recompra significativos, cada um superior a R$ 1 bilhão, e com yield de recompra acima de 5%:
- Copel (CPLE6): 10%
- Vibra (VBBR3): 8,8%
- B3 (B3SA3): 7%
- Locaweb (LWSA3): 6,9%
- JBS (JBSS3): 5,1%
Esses percentuais indicam a proporção entre o volume alvo de recompra e a capitalização de mercado das empresas, sinalizando um compromisso robusto com a valorização das ações.
O BBA selecionou empresas cujos programas de recompra ainda foram menos de 25% executados, o que ainda deixa espaço para apreciação dos papéis com a força compradora que pode vir à frente.
Volume de programas de recompra em 2025
Até o momento, nove programas de recompra foram lançados em 2025, com uma meta financeira combinada de R$ 3,8 bilhões. Neoenergia, Porto, Tim, LWSA, Iguatemi, Lavvi, Tenda, Eneva e Lojas Renner estão entre as que iniciaram esses programas.
A Lojas Renner (LREN3), por exemplo, planeja adquirir até 75 milhões de ações, representando 7,13% de suas ações em circulação, equivalente a cerca de R$ 1 bilhão.
Os setores de energia (6,6%), utilidades públicas (6,3%) e consumo discricionário (4,5%) lideram em yield de recompra, refletindo a estratégia das empresas desses segmentos em utilizar a recompra de ações como ferramenta para retorno ao acionista.
O que são programas de recompra e por que eles aumentam o retorno aos acionistas?
Programas de recompra de ações permitem que as empresas adquiram seus próprios papéis no mercado, reduzindo o número de ações em circulação e, consequentemente, aumentando o lucro por ação.
Essa prática pode sinalizar ao mercado que a empresa acredita estar subvalorizada e busca otimizar sua estrutura de capital.
Além disso, em um ambiente de incertezas econômicas, a recompra oferece flexibilidade às empresas, permitindo ajustes conforme as condições de mercado, diferentemente dos dividendos, que representam compromissos fixos.
Contudo, é importante notar que a recompra de ações compete com os dividendos pelo caixa da empresa.
Especialistas alertam que o foco em recompras pode limitar o crescimento dos dividendos, já que ambos utilizam os mesmos recursos financeiros. Assim, as empresas podem priorizar a flexibilidade proporcionada pelas recompras em detrimento de pagamentos fixos de dividendos.
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