Você já deve ter reparado (e lido no Olhar Digital algumas vezes) que a pesquisa do Google mudou. Agora, ao fazer uma busca simples, a primeira opção que aparece na página de resultados é uma resposta gerada por inteligência artificial. Virou uma verdadeira tendência na internet.
Mas como tudo que envolve a IA atualmente, essa tendência tem consequências. Nesse caso, é o aumento da atuação de bots para recuperar e recapitular conteúdo da web em tempo real. Em palavras mais simples: os bots estão vasculhando a internet em um ritmo alucinado para conseguir atender a nova demanda de conteúdo.

Bots estão vasculhando a internet
A busca do Google mudou – e as desenvolvedoras de IA não querem ficar para trás. OpenAI e Anthropic, dois dos maiores nomes dessa corrida, começaram a enviar bots para vasculhar a internet, ‘lendo’ tudo que é publicado em tempo real. A intenção é justamente dar conta de demanda por conteúdo.
Dados da TollBit obtidos pelo The Washington Post mostraram que o tráfego de bots de recuperação cresceu 49% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024. A TollBit é uma startup de Nova Yok que ajuda editores de notícias a monitorar e ganhar dinheiro quando empresas de inteligência artificial usam seu conteúdo em alguma busca (faz sentido, certo?).
O levantamento da empresa foi baseado em dados de 266 sites e mostra um crescimento exponencial de bots que vasculham a internet. E esses bots ‘trabalham’ justamente quando um usuário pede uma informação a algum modelo de IA. Metade dos sites consultados fazem parte de organizações de notícias nacionais dos EUA ou locais.
O crescimento foi impulsionado pelo lançamento de recursos de pesquisa na web e “raciocínio” nos chatbots. O ChatGPT e o Gemini, por exemplo, contam com essas funcionalidades. Desde então, os bots começaram a trabalhar mais do que nunca. Inclusive, eles cresceram 2,5 vezes mais rápido que o tráfego de bots que coletam dados para treinamento da IA, considerando o mesmo período de tempo.

Aumento dos bots reflete demanda crescente por conteúdo
É isso que defende Toshit Panigrahi, CEO e cofundador da TollBit, em entrevista. Para ele, mesmo que o número de visitantes humanos em um site tenha diminuído, as pessoas continuam buscando conteúdo. A forma como elas obtém esses conteúdos só está mudando.
Panigrahi acredita que, nesse cenário, os sites precisam capitalizar essa mudança. Afinal, quem está alimentando a IA são os ‘produtores de conteúdo’ (nesse caso, jornalistas, escritores, editores e por aí vai).
Mas não é tão simples. O CEO acredita que não basta simplesmente começar a cobrar as empresas de IA pelo uso do conteúdo para treinar a tecnologia. Algumas organizações jornalísticas, como o New York Times, já tentaram (saiba mais aqui).

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O que tudo isso diz sobre a pesquisa na internet?
- A pesquisa está mudando. Não é segredo que a internet moderna seja pensada e otimizada de acordo com os critérios de pesquisa do Google e pelos algoritmos de redes sociais;
- No entanto, agora também é preciso considerar as buscas em chatbots de inteligência artificial;
- Para Panigrahi, quem pensar em otimizar o conteúdo textual para humanos, sai perdendo;
- É preciso pensar em como otimizar o conteúdo para IA. E a IA vai entregá-lo para os humanos.
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Fonte: Olhar Digital