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Um ano da enchente no RS: veja como está a reconstrução em nove negócios gaúchos

Entre o final de abril e o início de maio de 2024, o Rio Grande do Sul enfrentou a pior tragédia climática da sua história. O Rio Guaíba, principal cartão-postal da capital gaúcha, Porto Alegre,  passou dos 5 metros. No interior, na região do Vale do Taquari, o Rio Taquari subiu 32 metros.

Cerca de 80% da atividade econômica do estado foi atingida pelas enchentes. Em poucas horas, projetos de vida viraram escombros.

Quase 700.000 micro e pequenas empresas foram impactadas, segundo a Fiergs, a federação das indústrias do Estado. Foram bares, fábricas, livrarias, jornais, centros culturais — negócios que não só geram renda, mas que constroem a identidade do Rio Grande do Sul.

Um ano depois, a EXAME percorreu as margens desses rios e as ruas dessas cidades para contar histórias de quem resistiu. Negócios que recomeçaram do zero. Empreendedores que apostaram tudo no futuro. Uma reconstrução que ainda está em curso — e que, como o pôr do sol no Guaíba, ressurge, mesmo depois da pior tempestade.

Cais Embarcadero: “Reabrir o Cais foi quase como reabrir a cidade”

29 de abril de 2025 - 17:15

Fabiana Marcon, CEO do Cais Embarcadero: “Reabrir o Cais foi quase como reabrir a cidade” (Leandro Fonseca/Exame)

Quando o Guaíba invadiu Porto Alegre em maio de 2024, o Cais Embarcadero virou símbolo da destruição. “Teve móvel que flutuou rio abaixo”, lembra Fabiana Marcon, CEO do espaço, um polo de restaurantes e entretenimento à beira do rio. O cenário parecia irrecuperável: pedras tombadas arrancadas, praças reviradas, deques carregados pela água.

A reconstrução foi minuciosa — sem subsídios, apenas com caixa próprio e linha de crédito ao turismo. Em novembro, o Cais reabriu, e a cidade voltou a ver o pôr do sol mais famoso do sul do Brasil. Hoje, o espaço tem novo parque infantil, pet park, chafariz de verão e registra aumento de 53% no público e 39% no faturamento. “O melhor janeiro, o melhor fevereiro e o melhor março da nossa história”, diz Fabiana.

Leia a reportagem completa aqui: Cais Embarcadero

360 POA Gastrobar: “Ficamos abertos, mas sem faturar nada”

29 de abril de 2025 - 17:15

Edemir Simonetti, do 360 Poa Gastrobar: “Porto Alegre e o Rio Grande do Sul serão abraçados pelo restante dos brasileiros” (Leandro Fonseca/Exame)

O 360 POA Gastrobar, um restaurante com um quê de disco voador em cima do Guaíba, virou uma ilha no caos. A água não invadiu o restaurante, mas os clientes desapareceram. Entre maio e julho, o deque serviu como ponto de chegada para canoas de moradores ilhados. “O salão ficou vazio, mas mantivemos as portas abertas”, diz Edemir Simonetti, fundador.

A retomada veio com promoções e melhorias. “Fizemos um jardim lindo, maravilhoso”, conta. Com uma nova ligação entre o Cais e a Usina do Gasômetro em construção, Simonetti já planeja ampliar também o histórico Chalé da Praça XV.

Leia a reportagem completa aqui: 360 POA Gastrobar

Lajeadense Vidros: “Perdemos a fábrica, mas não podíamos perder as pessoas”

29 de abril de 2025 - 17:15

Renato Arenhart, da Lajeadense Vidros: “A ideia é estar com tudo rodando até outubro” (Leandro Fonseca/Exame)

Quando o Rio Taquari subiu 32 metros, a Lajeadense Vidros foi varrida do mapa. Localizada em Lajeado, cidade a 120 quilômetros de Porto Alegre, a empresa da família de Renato Arenhart, fundada em 1958, desapareceu sob a água e o barro. “Nada sobrou”, resume.

Mas ele não desistiu. Manteve empregos, criou um fundo de ajuda para funcionários e planejou a reconstrução em novo terreno, longe das áreas de risco. Em outubro, a nova fábrica deve abrir: moderna, segura e com o dobro da capacidade. “Vamos ampliar a produção, não o portfólio”, diz Renato.

Leia a reportagem completa aqui: Lajeadense Vidros

Correio do Povo: “A maior dificuldade foi conter o excesso de coragem”

29 de abril de 2025 - 17:15

Telmo Flor, diretor de redação do Correio do Povo: “A maior dificuldade foi conter a coragem dos jornalistas” (Leandro Fonseca/Exame)

Na enchente de 2024, a redação do Correio do Povo, jornal mais antigo em circulação em P precisou ser evacuada. Mas o jornal não parou. “Não precisou discurso para que as pessoas quisessem trabalhar”, diz Telmo Flor, diretor de redação. Home offices improvisados e muito esforço mantiveram o site e as edições digitais.

Um ano depois, a equipe voltou ao prédio histórico no Centro de Porto Alegre. E o compromisso de informar continua firme — como em 1941, como em 2024.

Leia a reportagem completa aqui: Correio do Povo

Instituto Caldeira: “Sonhamos em criar o maior distrito de inovação da América Latina”

29 de abril de 2025 - 17:15

Pedro Valério, CEO do Instituto Caldeira: ecossistema de mais de 500 empresas também foca a formação de talentos (Leandro Fonseca/Exame)

O Instituto Caldeira, principal hub de inovação do Estado, viu a água cobrir seu primeiro andar por quase um mês, atingindo 69 empresas. O prejuízo ultrapassou 400 milhões de reais. Ainda assim, o Caldeira não parou. “É hora de crescer ainda mais”, diz Carolina Cavalheiro, diretora.

Além de retomar as atividades, o Caldeira ergue um novo campus de 33.000 metros quadrados e planeja impactar 40.000 jovens até 2025 com o programa Geração Caldeira, conta o CEO do local, Pedro Valério.

Leia a reportagem completa aqui: Instituto Caldeira

Livraria Taverna: “Somos um negócio frágil por natureza”

29 de abril de 2025 - 17:15

André Günther, da Taverna: “Foi quase um milagre ver a livraria reconstruída do jeito que aconteceu” (Leandro Fonseca/Exame)

Na Livraria Taverna, em Porto Alegre, a água chegou à altura da cintura, danificando móveis e estragando centenas de livros. O prejuízo passou de 200.000 reais. “Somos um negócio frágil por natureza. Sempre sentimos primeiro o impacto das crises”, diz André Günther, fundador.

Graças a doações e solidariedade, a Taverna reabriu e retomou eventos — mas segue alerta para os desafios futuros.

Leia a reportagem completa aqui: Livraria Taverna

Gemelli Sorvetes: “Se você fez uma vez, consegue fazer de novo”

29 de abril de 2025 - 17:15

Nelson Gemelli, da Gemelli Sorvetes: “Se eu consegui uma vez, consigo de novo” (Leandro Fonseca/Exame)

Três enchentes em oito meses devastaram a Gemelli Sorvetes, indústria de sorvetes de Lajeado. “Cada enchente levava um pedaço”, lembra Nelson Gemelli. A nova fábrica, em terreno mais alto, foi construída em tempo recorde: cinco meses.

A Gemelli manteve o abastecimento graças a fábricas parceiras e apoio dos clientes. Agora, planeja expansão para garantir o futuro da marca familiar.

Leia a reportagem completa aqui: Gemelli Sorvetes

Vila Flores: “Continuamos de pé — e queremos criar um mundo melhor”

29 de abril de 2025 - 17:15

Carô Ribeiro, do Vila Flores: “A tristeza apontou para a beleza. Saímos disso em coletivo” (Leandro Fonseca/Exame)

Submerso por 22 dias, o centro cultural Vila Flores contou com mais de 500 voluntários para se reerguer no 4º Distrito, um dos pontos mais alagados de Porto Alegre. Hoje, voltou a realizar eventos e planeja novos projetos para tornar seus espaços mais resilientes às mudanças climáticas.

O objetivo é ser também um laboratório de soluções urbanas para um futuro melhor.

Leia a reportagem completa aqui: Vila Flores

4Beer: “Foi a pior crise da nossa vida, mas resistimos”

29 de abril de 2025 - 17:15

Caio de Santi e Rafael Diefenthäler, da 4Beer: “Com apoio dos nossos clientes, conseguimos seguir produzindo” (Leandro Fonseca/Exame)

A fábrica e o bar da 4Beer ficaram mais de 20 dias debaixo d’água. Sem acesso a crédito, os sócios criaram um sistema próprio de financiamento com apoio da clientela — e salvaram o negócio. “Em poucos dias, mais de 30 pessoas nos ajudaram”, diz Rafael Diefenthäler.

Agora, além da recuperação local, a marca prepara sua expansão nacional via franquias.

Leia a reportagem completa aqui: 4Beer

Negócios em Luta

A série de reportagens Negócios em Luta é uma iniciativa da EXAME para dar visibilidade ao empreendedorismo do Rio Grande do Sul num dos momentos mais desafiadores na história do estado. Cerca de 700 mil micro e pequenas empresas gaúchas foram impactadas pelas enchentes que assolaram o estado no mês de maio.

São negócios de todos os setores que, de um dia para o outro, viram a água das chuvas inundar projetos de uma vida inteira. As cheias atingiram 80% da atividade econômica do estado, de acordo com estimativa da Fiergs, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul.

Os textos do Negócios em Luta mostram como os negócios gaúchos foram impactados pela enchente histórica e, mais do que isso, de que forma eles serão uma força vital na reconstrução do Rio Grande do Sul daqui para frente. Tem uma história? Mande para negociosemluta@exame.com.

 

Ir para o conteúdo original: https://exame.com/negocios/um-ano-da-enchente-no-rs-veja-como-esta-a-reconstrucao-em-nove-negocios-gauchos/

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