Chaveiros, camisas, canecas… quem nunca trouxe lembrancinhas de uma viagem especial? Mas o que as pessoas estão levando de Bruges, na Bélgica, é, no mínimo, curioso. A cidade, que é Patrimônio Mundial da Unesco, precisou alertar os turistas de que os paralelepípedos que compõem o chão de seu centro histórico não são brindes. Por mês, entre 50 e 70 pedras são levadas pelos visitantes, e os custos de reparo giram em torno de € 200 (aproximadamente R$ 1.200) por metro quadrado.
A cidade medieval recebe, em média, quase nove milhões de visitantes por ano, de acordo com o site de notícias Skift. O vereador Franky Demon afirma que, “apesar de parecer inofensivo, as consequências são graves” para quem caminha nas ruas agora cheias de buracos.
— A remoção de paralelepípedos representa um claro risco à segurança, tanto de moradores quanto de visitantes. Pedras faltantes ou soltas criam riscos de tropeços, e os funcionários da prefeitura precisam ser frequentemente enviados para realizar reparos — afirmou, em entrevista à CNN.
O vereador destacou outra atitude exótica: um dos visitantes substituiu o paralelepípedo por uma flor, que foi plantada no local. Para ele, o gesto é “excêntrico” e ressalta “a falta de respeito pela herança compartilhada”. Demon pede que as pessoas repensem suas atitudes.
— Pedimos respeito. Caminhar por Bruges significa atravessar séculos de história. Não são apenas pedaços de pedra, fazem parte da alma da nossa cidade. Convidamos os visitantes a aproveitar Bruges, mas a deixar sua beleza intacta para os outros — pediu o vereador.
Moradores reclamam do turismo
No ano passado, o guia de turismo Pascal Gerritsen estava sentado na Ponte St. Bonifacius e foi empurrado por um homem que usava máscara. Em um e-mail para a emissora VRT, o agressor se identificou como o “Amante Mascarado da Arquitetura” e disse que o guia não respeitou o patrimônio arquitetônico e deu mau exemplo aos visitantes.
Procurado pela VRT, Pascal descreveu o momento da agressão e afirmou não ter se abalado com o empurrão. Apesar disso, registrou uma queixa na polícia local.
— Quando eu estava sentado na ponte, alguém apareceu atrás de mim e me empurrou para dentro da água usando as duas mãos. Saí do canal, torci minhas roupas e terminei o passeio!
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Fonte: InfoMoney
