A administração Trump está preparando uma reviravolta nas regulamentações de exportação de chips avançados para Inteligência Artificial (IA), que foram implementadas durante o governo Biden, segundo informações exclusivas da Bloomberg.
Essas mudanças visam remodelar o sistema de controle que divide o mundo em três categorias de acesso a chips fabricados por gigantes como a Nvidia. A nova abordagem de Trump deve ser mais flexível, permitindo negociações diretas com países estratégicos como Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, em vez de um sistema global rígido.
A proposta de revogação das regras, que deve ser anunciada até a próxima quinta-feira, 15, surge como parte de um esforço para suavizar os impactos das atuais barreiras comerciais, muito criticadas pelas grandes empresas de tecnologia.
Embora o objetivo principal da política dos EUA ainda seja restringir o acesso da China a tecnologias de ponta, especialmente chips usados em IA, a nova abordagem de Trump deve abrir oportunidades para outros países negociarem melhores condições de acesso a essas tecnologias.
O foco permanece na China, com novas medidas que intensificam as restrições contra o país, mas agora, países como os da região do Golfo e partes do Sudeste Asiático, anteriormente limitados por controles mais rígidos, terão a chance de negociar condições mais favoráveis.
O Departamento de Comércio dos EUA justificou as mudanças afirmando que as regras de Biden são “excessivamente complexas” e prejudicam a inovação americana.
Impacto no setor de semicondutores e IA
A revogação das regras de difusão de IA, embora não altere diretamente os controles sobre a China, pode ter um impacto imediato nas ações das empresas de tecnologia.
A Nvidia, líder no fornecimento de chips para treinamento de modelos de IA, reagiu positivamente à notícia, com suas ações subindo 3,1%. A empresa havia criticado duramente as políticas anteriores, defendendo que as restrições a terceiros países apenas aproximariam essas nações da China.
As mudanças de Trump poderão beneficiar diretamente empresas como a Oracle, que planeja uma grande expansão de centros de dados na Malásia, um país anteriormente afetado pelas restrições de Biden.
Além disso, países como os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita poderão negociar melhores termos, especialmente após promessas de investimentos bilionários em tecnologia americana.
Fonte: Exame