O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, negou nesta quinta-feira (22) que as alterações anunciadas pelo governo no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) tenham como objetivo conter a valorização do dólar, promovendo um controle cambial.
“As alterações no IOF não têm qualquer papel de conter a alta do dólar. Elas podem ter até o papel de evitar uma queda maior do dólar. Não tem nenhum objetivo relacionado ao patamar de câmbio.”, afirmou Ceron em coletiva de imprensa para explicar as medidas.
Segundo Ceron, a medida visa buscar uma maior padronização das alíquotas.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discutiu a medida previamente com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Durigan ressaltou ainda que a proposta já vinha sendo analisada pela equipe econômica nos últimos anos.
“Temos considerado esses ajustes há bastante tempo. O IOF foi alterado em 2022, dentro de compromissos assumidos, mas que geram uma série de efeitos. Trata-se de uma medida muito dosada e cuidadosa”, afirmou.
Mudanças no IOF
O governo decidiu aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empresas, operações de câmbio e planos de seguros usados como investimento, em anúncio nesta quinta-feira (22).
A medida faz parte do esforço para cumprir a regra fiscal e, segundo estimativa da equipe econômica, tem potencial de arrecadar R$ 61 bilhões em dois anos: R$ 20 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.
Para empresas, o IOF em operações de crédito quase dobrou. A alíquota total passou de até 1,88% ao ano para até 3,95% ao ano.
No caso das empresas do Simples Nacional, subiu de 0,88% para até 1,95% ao ano. Além disso, operações como antecipação de pagamento a fornecedores passam a pagar IOF oficialmente.
No câmbio, foi unificada a alíquota de 3,5% para remessas, compras internacionais, saque em espécie e envio de dinheiro ao exterior.
As mudanças não afetam empréstimos pessoais de pessoas físicas, crédito estudantil (como o Fies), financiamentos habitacionais nem operações do Finame voltadas à aquisição de máquinas e equipamentos por empresas.
No caso do câmbio, também não haverá alterações em operações como o envio de remessas de dividendos para o exterior, ou no uso de cartão de crédito por turistas estrangeiros.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Tesouro nega que mudanças no IOF sejam para conter alta do dólar no site CNN Brasil.
Fonte: CNN Brasil