As ações da Tesla (BDR: TSLA34) caíram com força nesta quinta-feira (5), após a disputa entre Elon Musk e o presidente Donald Trump escalar para um confronto público entre dois dos homens mais influentes do mundo.
Trump declarou estar “muito decepcionado” com as críticas do CEO da Tesla à proposta de reforma tributária do governo. Musk respondeu nas redes sociais, afirmando que era “falso” que soubesse que o plano revogaria os créditos fiscais para veículos elétricos, um benefício direto para os negócios da Tesla.
O bilionário publicou outras mensagens incisivas, acusando Trump de demonstrar “ingratidão” pelo apoio que recebeu de Musk durante sua administração.
As ações da Tesla chegaram a cair 17,6% no pior momento do pregão, em meio à troca de acusações. A briga evidencia o risco que a política fiscal promovida por Trump e aliados republicanos representa para bilhões de dólares em receitas da Tesla.
A proposta fiscal do presidente praticamente eliminaria, até o fim deste ano, um crédito de até US$ 7.500 para compradores de modelos elétricos da Tesla e de outras montadoras, sete anos antes do previsto. Isso poderia reduzir em cerca de US$ 1,2 bilhão o lucro anual da empresa, segundo analistas do JPMorgan.
Desde que deixou sua função oficial como conselheiro da Casa Branca, Musk vem tentando barrar o projeto, que classificou como uma “aberração repugnante”. O empresário tem pressionado parlamentares republicanos, inclusive com um apelo direto ao presidente da Câmara, Mike Johnson, para preservar os incentivos ao setor de veículos elétricos.
Outro projeto aprovado pelo Senado, que confronta os mandatos ambientais da Califórnia, pode representar uma perda adicional de US$ 2 bilhões para a Tesla, afetando a venda de créditos regulatórios, de acordo com o JPMorgan.
No total, essas medidas colocam em risco cerca de metade dos mais de US$ 6 bilhões em lucro operacional que o mercado espera da Tesla neste ano, segundo relatório liderado por Ryan Brinkman.
A Tesla não comentou o caso.
O projeto aprovado pela Câmara antecipa de forma agressiva o fim dos créditos para produção de energia limpa e impõe restrições rigorosas ao uso de componentes chineses — o que, segundo analistas, tornaria os incentivos inviáveis. Também limita a revenda desses créditos fiscais.
A divisão de energia da Tesla criticou separadamente o projeto por “desmantelar” os incentivos à energia limpa, alertando que o fim abrupto dessas políticas ameaça a independência energética dos EUA e a estabilidade da rede elétrica.
Os incentivos agora sob ameaça foram criados no governo do ex-presidente Joe Biden, como parte da Lei de Redução da Inflação, voltada à criação de uma cadeia produtiva doméstica para energia limpa e veículos elétricos. A Tesla tem forte presença industrial no país, com fábricas no Texas e na Califórnia, além de refinaria de lítio e plantas de baterias.
Com essas políticas em vigor, as vendas de veículos elétricos nos EUA cresceram 7,3% no ano passado, atingindo o recorde de 1,3 milhão de unidades, segundo a Cox Automotive.
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Fonte: InfoMoney