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Tecnologia com empatia: o plano do Sistema Positivo para reinventar a sala de aula

Apesar dos avanços legais, como a Lei Brasileira de Inclusão (LBI), a educação inclusiva ainda é um desafio cotidiano nas salas de aula brasileiras. De acordo com o Censo Escolar, mais de 1 milhão de estudantes com deficiência estão matriculados na educação básica, mas muitos seguem à margem do aprendizado efetivo.

As barreiras são conhecidas: falta de formação continuada para professores, escassez de materiais adaptados e ausência de apoio pedagógico especializado. No setor privado, o Sistema Positivo de Ensino, que impacta mais de 440 mil estudantes em todo o Brasil, decidiu transformar essa realidade em uma prioridade estratégica.

Com o programa Pertencer – Jornada de Inclusão, a marca já destinou, apenas neste ano, R$ 3 milhões para contribuir com a construção de uma cultura inclusiva em mais de 1,6 mil escolas parceiras. A proposta combina capacitação docente, tecnologia assistiva e inteligência artificial para personalizar o ensino.

Estruturado em cinco etapas — reconhecer, acolher, desenvolver, avaliar e acompanhar —, o programa visa ampliar o acesso ao conhecimento respeitando ritmos e necessidades individuais.

“A inovação amplia a criatividade. Por isso, buscamos conduzir as escolas para um futuro em que a tecnologia apoia as relações humanas”, afirma Milena Fiuza, diretora pedagógica do Sistema Positivo.

Formação contínua como motor da mudança

No centro da proposta está o programa ProF, que oferece trilhas formativas a distância e presenciais, eventos regionais e ciclos de lives voltadas para práticas pedagógicas inclusivas. O objetivo é claro: ajudar professores a lidar com situações reais de sala de aula, promovendo estratégias eficazes de inclusão.

Segundo Fiuza, “as melhores adaptações não exigem, necessariamente, infraestrutura sofisticada. Muitas vezes, elas estão na conduta e na condução do professor, ao naturalizar as diferenças”.

Desde a educação infantil até o ensino médio, mais de 50 mil horas de capacitação já foram realizadas. Além disso, a frente consultiva orienta as escolas sobre práticas acessíveis, como vídeos com audiodescrição e provas com diagramação adaptada.

Tecnologia que não exclui

A infraestrutura digital do Sistema Positivo inclui leitor de tela, intérprete em Libras, legendas automáticas, navegação simplificada e inversão de cores. Nos materiais físicos, disponibilizados em casos específicos, há desde provas em Braille até versões com fonte ampliada e uso de cores adaptadas para alunos com baixa visão.

A integração entre tecnologia e preparo docente tem mostrado resultados. Em Guarulhos (SP), Cherliana de Aquino, coordenadora do Colégio Educar, relata ganhos práticos: “O assistente do professor nos ajuda a organizar planos de aula com mais rapidez e adaptar avaliações com base nas necessidades de cada aluno.”

Em Curitiba, Helen Souza, coordenadora da Escola Estadual Sebastião Paraná, destaca o uso dos vídeos do Positivo On (Plataforma digital de aprendizagem) como ferramenta de apoio para estudantes com dificuldades de aprendizagem. “Aplicamos o que aprendemos nas formações e vimos melhora real no dia a dia”, diz.

Um esforço coletivo, ainda longe do ideal

A proposta do Sistema Positivo se alinha a um movimento nacional. O Ministério da Educação projeta investir R$ 3 bilhões até 2026 em ações voltadas para a inclusão: formação docente, tecnologia assistiva e materiais acessíveis em mais de 38 mil escolas públicas.

Mas a transformação ainda encontra obstáculos: infraestrutura deficiente, falta de profissionais especializados e resistência cultural. Para Luisa Muniz Felix de Souza, diretora-geral do Sistema Positivo, é preciso manter o foco onde está o maior poder de mudança: na sala de aula.

“Cada estudante é único, assim como cada professor. Por isso, os recursos e os suportes devem priorizar as condutas humanas na jornada do ensino. Só assim conseguiremos inaugurar uma nova era da educação — uma educação, de fato, para todos.”

Fonte: Exame

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