Tarifas já impostas
Tarifa de 25% sobre o aço e alumínio importados
Em vigor desde março, essa tarifa de 25% foi aplicada a todo aço e alumínio importado. No entanto, uma negociação com o Reino Unido resultou em uma redução nas tarifas sobre aço, alumínio e carros britânicos, em troca da compra de US$ 10 bilhões em aviões da Boeing.Tarifa de 25% sobre produtos do México e Canadá
Anunciada inicialmente em fevereiro, a tarifa de 25% visava combater o tráfico de drogas e fortalecer o controle de fronteira. Ela entrou em vigor após um mês de adiamento. Produtos com cadeias de suprimento mais complexas, como carros e peças de automóveis, foram isentos. Além disso, as importações de energia do Canadá sofreram uma tarifa reduzida de 10%.Tarifa de 10% sobre a maioria das importações
Em vigor desde abril, essa tarifa de 10% afeta a maioria dos países. Muitas empresas já anunciaram aumento de preços devido às tarifas ou pela antecipação delas. Por exemplo, fabricantes de bicicletas elétricas começaram a adicionar uma “taxa de tarifa” de 10% aos preços, esperando que a produção se torne mais cara.
Tarifas adiadas
Tarifas “recíprocas” em pausa a té 9 de julho
Algumas das maiores mudanças anunciadas em 2 de abril envolviam tarifas adicionais para mais de uma centena de países, incluindo uma tarifa extra de 49% para o Camboja e 46% para o Vietnã. Essas tarifas foram suspensas por 90 dias até 9 de julho, enquanto o presidente Trump negocia acordos com outros países para possivelmente reduzir essas taxas.Tarifas sobre a China reduzidas por 90 Dias
Após um intenso período de negociações, os EUA e a China chegaram a um acordo para reduzir significativamente as tarifas sobre produtos de ambos os países. A tarifa de 145% dos EUA sobre os bens chineses foi reduzida para 30%, enquanto a tarifa da China sobre os bens americanos caiu de 125% para 10%. A medida visa reduzir o impacto de preços sobre produtos como brinquedos e peças de veículos.
Outras tarifas possíveis
Madeira
Em 1º de março, Trump ordenou uma investigação sobre as importações de madeira nos EUA para verificar se essas importações representam uma ameaça à segurança nacional. Caso seja identificado risco, tarifas poderão ser impostas para mitigar esse problema.Álcool
Como resposta a um plano da União Europeia de impor tarifas sobre o uísque americano, Trump sugeriu, em 13 de março, que os EUA impusessem uma tarifa de 200% sobre vinhos, champanhes e outros produtos alcoólicos provenientes da UE.Produtos Farmacêuticos
Em abril, Trump anunciou que imporia tarifas em produtos farmacêuticos importados com níveis “que você nunca viu antes” e que essas medidas seriam anunciadas em breve. Não há detalhes específicos sobre quais produtos seriam afetados ou quando as tarifas seriam aplicadas.Semicondutores
Trump também mencionou, em 13 de abril, que tarifas sobre semicondutores seriam implementadas em breve. O objetivo é incentivar a produção nacional de chips e outras tecnologias nos EUA, visando diminuir a dependência de importações.
Como as tarifas podem afetar o Brasil?
As tarifas comerciais impostas pelo governo Trump que afetam diretamente o Brasil incluem:
Tarifa recíproca de 10% sobre produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. Essa tarifa é a menor taxa aplicada entre os países-alvo do pacote tarifário.
Tarifa de 25% sobre o aço e alumínio importados pelos EUA, que atinge também as exportações brasileiras desses metais desde março de 2025.
Essas tarifas têm os seguintes efeitos sobre o Brasil:
Aumento no custo dos produtos brasileiros nos Estados Unidos, o que pode reduzir a competitividade dos produtos brasileiros e diminuir as exportações para o país, que é o segundo maior parceiro comercial do Brasil.
Exigência de maior qualidade nos produtos brasileiros para manter a demanda no mercado americano, uma vez que o custo mais alto pode afetar a escolha dos consumidores e empresas.
Maior concorrência no mercado interno brasileiro, já que países como China, União Europeia e Japão, impactados por tarifas mais altas, podem redirecionar seus excedentes para o Brasil. Isso pode pressionar setores industriais locais, como siderurgia, têxtil, calçadista, alumínio e máquinas agrícolas.
Aumento da incerteza econômica global e desaceleração da economia mundial, o que pode afetar negativamente o crescimento econômico brasileiro, uma vez que a recessão global tende a reduzir a demanda por exportações.
Apesar dos desafios impostos por essas tarifas, há também a possibilidade de que, a médio e longo prazo, o Brasil se beneficie com o aumento da sua relevância econômica no comércio internacional, à medida que outros mercados busquem alternativas às tarifas mais altas impostas aos seus produtos.
Fonte: Exame