O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decide nesta Super quarta a nova taxa básica de juros brasileira. A expectativa predominante é pela manutenção da Selic em 14,75%, mas analistas apontam que, caso haja aumento, este deve ser o último do ano. Em um cenário global de decisões sobre juros, os mercados começam a precificar cortes futuros, o que, segundo estrategistas da XP, marca uma transição para um ciclo de inflação em alta e juros em queda — ambiente que tende a favorecer a Bolsa brasileira.
A mudança de cenário já se reflete no comportamento dos investidores. Pesquisa recente da XP com assessores mostra um aumento na alocação em renda variável e no apetite por risco, atingindo o maior patamar desde abril de 2024. Apesar disso, os riscos fiscais e geopolíticos seguem no radar dos profissionais como os principais fatores de cautela. No radar de ações, os analistas da XP rebaixaram a recomendação para os papéis da WEG (WEGE3), citando um ambiente menos favorável para produtos cíclicos da companhia.
Cenário de inflação alta e juros em queda favorece ações de bancos e varejo
Com a transição para um ambiente de inflação em alta e redução de juros, o mercado de ações no Brasil pode passar por uma reconfiguração. De acordo com a XP, setores considerados de baixo risco e alto valor, como instituições financeiras, tendem a se destacar. Ações do varejo também historicamente apresentam retornos consistentes acima da média nesse tipo de cenário macroeconômico.
Um relatório da XP traz a análise completa com o desempenho histórico dos ativos, setores e fatores em momentos semelhantes. A expectativa é que esse movimento de transição proporcione oportunidades para o investidor que busca equilibrar risco e retorno, sobretudo em tempos de incerteza fiscal e política.
Energia nuclear volta ao foco na transição energética
A energia nuclear está novamente ganhando protagonismo como fonte estratégica na transição para uma matriz energética de baixo carbono. Considerada competitiva em custos operacionais e com papel de base no fornecimento de energia, a fonte nuclear tem despertado interesse renovado entre investidores e governos.
Atualmente, existem 440 reatores em operação no mundo, e a XP traçou um panorama detalhado do setor, incluindo os desafios regulatórios e os caminhos para investimento. O relatório aponta que, diante das metas globais de descarbonização, a energia nuclear deve assumir papel cada vez mais relevante no mix energético do futuro.
Interesse por renda variável cresce entre investidores, diz XP
A pesquisa mais recente da XP com assessores aponta um aumento significativo na alocação em renda variável e no apetite por risco, alcançando o maior nível desde abril de 2024. Apesar disso, a renda fixa ainda permanece como a principal preferência entre os investidores.
Os principais riscos apontados pelos assessores seguem sendo o desequilíbrio fiscal, instabilidade política e ameaças geopolíticas. Além disso, o levantamento indica maior interesse por criptoativos, reforçando a diversificação das carteiras mesmo em um ambiente ainda incerto.
XP rebaixa recomendação de WEG e vê risco de assimetria negativa
A XP Investimentos rebaixou a recomendação da WEG (WEGE3) de compra para neutra e reduziu o preço-alvo para 2025 de suas ações para R$ 46,00. A decisão se baseia em uma expectativa de desaceleração no crescimento de receita, o que poderia limitar o potencial de lucros da empresa.
Embora ainda veja algum espaço para melhora na rentabilidade de curto prazo, a corretora alerta que o valuation elevado da WEG exige entregas acima da média. Caso isso não ocorra, os papéis podem enfrentar pressão, com risco de assimetria negativa na avaliação do mercado.
Fundos imobiliários: governo propõe tributação parcial em MP
A Medida Provisória publicada pelo governo federal trouxe novas propostas de arrecadação, incluindo mudanças na tributação de fundos imobiliários. O artigo 42 da MP mantém a isenção para os fundos como veículos de investimento, mas o artigo 44 propõe uma alíquota de 5% sobre os rendimentos distribuídos a cotistas pessoa física que detenham até 10% das cotas de FIIs ou Fiagros.
A medida afeta fundos com mais de 100 cotistas e que sejam negociados em Bolsa ou balcão organizado. A proposta gera preocupação entre investidores por representar uma quebra parcial do atual modelo de isenção, tradicionalmente visto como um dos atrativos desses ativos.
Airbus lidera pedidos no 55º Paris Air Show; Embraer perde espaço
No primeiro dia do Paris Air Show, a Airbus foi o destaque ao fechar 238 novos pedidos de aeronaves. Na disputa por jatos regionais, a Embraer (EMBR3) perdeu para a concorrente LOT Polish, que optou por modelos da Airbus, encerrando uma disputa que durava meses com a linha E2 da fabricante brasileira.
Por outro lado, os pedidos firmados por AviLease e Riyadh Air sinalizam o fortalecimento da presença saudita no setor aéreo global. Apesar da ausência de grandes anúncios da Embraer no primeiro dia, o evento segue como oportunidade de negociações importantes para o setor aeronáutico.
HGBS11 vende participação no Shopping Jardim Sul por R$ 63 mi
O fundo imobiliário Hedge Brasil Shopping (HGBS11) anunciou a venda de 10% da fração ideal do Shopping Jardim Sul por R$ 63 milhões. A operação foi comunicada via fato relevante e faz parte da estratégia do fundo de gerar rendimentos e ganhos de capital para os cotistas.
Apesar do valor relativamente modesto, analistas da XP avaliam a transação como positiva, considerando o atual momento do mercado e a busca por liquidez. A venda reforça o foco do fundo em manter uma carteira de ativos resilientes e rentáveis.
XP eleva preço-alvo da B3, mas mantém recomendação neutra
A XP revisou suas projeções para a B3 (B3SA3) e elevou o preço-alvo das ações de R$ 14 para R$ 16, citando melhora na performance operacional da empresa mesmo diante de um mercado de capitais ainda pressionado. Nos últimos trimestres, a B3 demonstrou resiliência, sustentando seus lucros apesar das incertezas macroeconômicas.
No entanto, a corretora mantém uma postura conservadora frente à possibilidade de aumento da concorrência no setor. Assim, a recomendação neutra foi mantida, refletindo um equilíbrio entre o potencial de valorização e os riscos competitivos que podem afetar o desempenho da companhia.
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Fonte: InfoMoney