A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decide nesta terça-feira (7) se aceita a terceira denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o chamado núcleo da desinformação, grupo apontado como responsável por propagar ataques virtuais, teorias conspiratórias e notícias falsas contra o sistema eleitoral e autoridades públicas durante a campanha golpista de 2022.
Segundo a PGR, o grupo agiu de forma coordenada para minar a credibilidade das urnas eletrônicas e pressionar instituições que não aderiram ao plano de ruptura institucional. Caso a denúncia seja aceita, o número total de réus ligados à trama sobe para 21, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já formalmente acusado pela Corte.

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O núcleo sob análise é composto por sete pessoas. Entre os alvos, estão o ex-major do Exército Ailton Barros, o sargento da reserva Giancarlo Rodrigues e o policial federal Marcelo Bormevet, ambos ex-integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão de Alexandre Ramagem (PL-RJ), que também já é réu.
Segundo a acusação, Barros teria promovido ataques públicos aos então comandantes das Forças Armadas, como Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Almeida Baptista Junior (Aeronáutica), por não apoiarem o plano golpista. Sua defesa argumenta que ele apenas fez “desabafos” em mensagens privadas.
Já Rodrigues e Bormevet são apontados como responsáveis por difundir conteúdos falsos e coordenar ações de desinformação digital a partir da Abin. Ambos negam envolvimento com qualquer trama golpista e alegam que mantiveram apenas relações funcionais durante o período.
Outros quatro nomes completam o grupo denunciado: o coronel Reginaldo Vieira de Abreu, o tenente-coronel Guilherme Marques Almeida, o major da reserva Angelo Denicoli e o empresário Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal, entidade contratada pelo PL para embasar o pedido de anulação parcial do resultado eleitoral. Todos rejeitam as acusações.
Na denúncia, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirma que o grupo “propagou deliberadamente desinformação para enfraquecer a confiança na Justiça Eleitoral e fomentar atos antidemocráticos”.
Até o momento, o STF já aceitou denúncias contra oito pessoas do núcleo central da suposta organização criminosa, incluindo Bolsonaro, e contra seis integrantes do grupo que teria atuado na coordenação das ações logísticas e operacionais da tentativa de golpe, como o ex-diretor da PRF Silvinei Vasques.
A análise do novo núcleo deve consolidar a linha de entendimento do Supremo de que houve estrutura organizada e multifacetada, com divisão de tarefas entre militares, civis e operadores digitais, para tentar impedir a posse de Lula após as eleições de 2022.
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Fonte: InfoMoney