O que um cão e um bebê conversariam, se os pais não estivessem por perto? Um podcast feito com inteligência artificial viralizou nas redes sociais ao mostrar essa cena inusitada — e foi a vitrine para o sucesso da startup por trás da tecnologia.
A Hedra acaba de levantar US$ 32 milhões em uma rodada de Série A liderada pelo fundo de infraestrutura da Andreessen Horowitz, entre outros investidores. Fundada em 2024 por Michael Lingelbach, a startup é uma plataforma de IA generativa especializada em criar personagens digitais capazes de combinar vídeo, voz, movimentos e emoções em produções hiperrealistas.
Desde sua fundação, a startup captou US$ 44 milhões, incluindo uma rodada seed de US$ 10 milhões e investimentos do Amazon Alexa Fund. Mesmo com recursos limitados — foram menos de US$ 2 milhões para desenvolver o modelo Character-3 — a Hedra conseguiu construir uma tecnologia pioneira que promete superar a chamada ‘uncanny valley’, o desconforto gerado por personagens digitais que parecem quase humanos, mas não totalmente.
A partir de uma simples foto e gravação de áudio, a tecnologia da Hedra usa o modelo proprietário Character-3 para gerar conteúdos audiovisuais completos, que vão desde um podcast com personagens animados até vídeos em estilo Studio Ghibli. “Nosso foco está em criar personagens que sejam os mais controláveis e atraentes, sejam humanos, animados ou animais”, explica Lingelbach ao site americano Business Insider.
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Além de criadores individuais, a plataforma tem ganhado espaço em equipes de marketing e empresas que buscam conteúdos mais envolventes para campanhas digitais. Segundo o CEO, o uso de podcasts com personagens de IA, como o popular “bebê entrevistando cão“, não foi inicialmente planejado, mas se tornou um dos principais motores de adoção da tecnologia.
“Estamos apenas começando”, afirma Lingelbach, que planeja abrir um escritório em Nova York e ampliar a equipe e acelerar o desenvolvimento de novos recursos. O time por trás do projeto é formado por pesquisadores e engenheiros com experiência em gigantes como Google Brain e DeepMind, além de talentos formados em Stanford.
Fonte: Exame