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Sob Trump, bolsa dos EUA tem pior início de presidência desde Gerald Ford, há 50 anos

Sob Trump, bolsa dos EUA tem pior início de presidência desde Gerald Ford, há 50 anos

Os primeiros 100 dias do novo mandato de Donald Trump registraram o pior desempenho para os mercados acionários dos Estados Unidos desde a década de 1970. O índice S&P 500 acumula queda de 7,6% desde a posse em 20 de janeiro, pressionado por uma agenda agressiva de tarifas e forte instabilidade nas políticas econômicas da Casa Branca.

Segundo dados da FactSet compilados pelo Financial Times, essa é a maior queda para o início de um mandato presidencial desde 1974, quando Gerald Ford assumiu em meio à crise do petróleo e à renúncia de Richard Nixon, após o escândalo de Water Gate. O índice chegou a subir 0,3% nesta terça-feira (29), mas permanece em território negativo no acumulado.

A política comercial adotada por Trump, com a imposição de tarifas “recíprocas” sobre uma série de países, tem alimentado temores sobre inflação, recessão e o impacto sobre cadeias produtivas globais. A volatilidade derrubou especialmente ações de tecnologia, como Tesla (BDR: TSLA34), Alphabet (GOGL34), Nvidia (NVDC34) e Meta (M1TA34) — empresas que lideravam os ganhos no fim de 2024.

A instabilidade também atingiu o mercado cambial e de renda fixa. O índice do dólar caiu cerca de 9% no período, enquanto os títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) enfrentaram liquidações, em meio a preocupações com a independência do Federal Reserve e o risco de perda de confiança nos ativos de refúgio denominados em dólar.

De acordo com estimativas do Goldman Sachs, investidores estrangeiros venderam cerca de US$ 60 bilhões em ações norte-americanas desde o início de março. Investidores europeus lideraram o movimento, segundo relatório do Barclays. A Oxford Economics aponta que a saída de capital envolve investidores de todos os perfis, não apenas institucionais.

“O dólar norte-americano esteve muito valorizado por vários anos, até recentemente, e pode-se argumentar que está apenas voltando a uma avaliação mais razoável”, afirmou Todd Rabold, da Callan Family Office, à Reuters.

Apesar disso, não há consenso sobre uma fuga estrutural de capitais. Enquanto nomes como Jens Nordvig, da Exante Data, falam em “mudança estrutural nas alocações de ativos”, outros apontam que o tamanho e a liquidez do mercado norte-americano continuarão atraentes. “Ajustes estruturais, desregulamentação favorável aos negócios e política fiscal devem reforçar as vantagens comparativas dos EUA”, disse Tara Hariharan, da NWI Management, em declaração à Reuters.

Na tentativa de reforçar a imagem de confiança, o vice-secretário de imprensa da Casa Branca, Kush Desai, destacou investimentos bilionários de empresas como Apple, TSMC e Roche. “Trilhões em compromissos históricos de investimento […] demonstram uma confiança retumbante na economia e no dólar sob esta administração”, afirmou.

Ainda assim, analistas e investidores seguem atentos a qualquer sinal de mudança no status do dólar como moeda de reserva global. Dados do FMI mostram que a participação do dólar nas reservas cambiais caiu de 66% há dez anos para 57,8% no fim de 2024.

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