Cuidar da saúde metabólica pode ser uma das chaves para reduzir o risco de demência de início precoce – aquela que ocorre antes dos 65 anos –, revela um novo estudo publicado na revista Neurology.
A pesquisa, que analisou dados de quase 2 milhões de pessoas na Coreia do Sul, descobriu que indivíduos diagnosticados com síndrome metabólica têm 24% mais chances de desenvolver demência prematura.
A síndrome metabólica é definida pela presença de ao menos três das seguintes condições: obesidade abdominal, hipertensão, altos níveis de açúcar no sangue, triglicerídeos elevados e níveis baixos de colesterol HDL (o “colesterol bom”).
Cada um desses fatores já representa, individualmente, um risco aumentado de problemas cognitivos. Quando combinados, seus efeitos negativos se intensificam.
O impacto da saúde vascular e metabólica no cérebro
De acordo com os especialistas, a ligação entre a saúde metabólica e a saúde cerebral é profunda.
Condições como hipertensão, diabetes e obesidade podem provocar inflamação crônica e comprometimento do fluxo sanguíneo, dois fatores que aceleram o envelhecimento do cérebro e prejudicam suas funções cognitivas.
Além disso, alterações no metabolismo energético cerebral – comuns em pessoas com síndrome metabólica – também contribuem para o declínio cognitivo.
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O neurologista Dr. Minwoo Lee, principal autor do estudo, reforça que cuidar da saúde metabólica é fundamental para proteger o cérebro a longo prazo. Embora o estudo seja observacional e não prove relação de causa e efeito, ele reforça a importância de ações preventivas.

Estilo de vida saudável é essencial
Atualmente, cerca de um terço dos adultos americanos apresenta síndrome metabólica, segundo o Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue dos EUA. Diante desses números, o alerta dos médicos é claro: há muito que pode ser feito para reduzir os riscos.
Especialistas recomendam:
- Dieta balanceada, como a dieta mediterrânea;
- Prática regular de atividade física, combinando exercícios aeróbicos, de força e flexibilidade;
- Sono de qualidade e gestão do estresse;
- Exames de rotina para monitorar saúde cardiovascular e metabólica.
Mudanças no estilo de vida são o primeiro passo, mas em muitos casos, medicamentos para controlar pressão arterial, açúcar no sangue e colesterol também podem ser necessários.
Mais esperança na luta contra a demência precoce
Embora fatores genéticos também desempenhem um papel no risco de demência, o estudo destaca que há ações práticas que podem retardar ou prevenir o surgimento da doença. Para o Dr. Richard Isaacson, neurologista preventivo, o importante é entender que escolhas feitas ainda na juventude podem ter impacto duradouro na saúde cerebral.
“Algumas pessoas acreditam que a demência precoce é inevitável, mas discordo”, afirma Isaacson. “Fatores de estilo de vida, como alimentação, exercícios e sono, não são triviais. Eles podem fazer uma grande diferença.”
Assim, a mensagem do estudo é clara: controlar a saúde metabólica é um investimento valioso para proteger o cérebro e garantir mais qualidade de vida no futuro.

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