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Shein, TikTok, Temu e Meituan: empresas chinesas estão de olho no Brasil

Shein, TikTok e 99 já são bem conhecidas por aqui. As três empresas chinesas não são as únicas mirando o Brasil. Em meio a restrições dos Estados Unidos e à estagnação da economia da China, as companhias estão de olho no nosso país como próximo grande mercado consumidor.

Por exemplo, a Meituan, maior empresa de entrega de comida da China, anunciou investimento de US$ 1 bilhão (mais de R$ 5,5 bilhões) para se estabelecer no Brasil – podendo ser uma grande concorrente ao iFood. O Olhar Digital já deu detalhes sobre essa briga aqui.

Não para aí. A Mixue, empresa chinesa de chás e sobremesas que já superou o McDonald’s como maior rede de fast food do mundo, também anunciou uma bolada em dinheiro para operar no nosso país. Tem também a TikTok Shop, lançada há pouco por aqui (saiba mais neste link).

Os casos mencionados não são pontuais. Em maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou a Pequim para o Fórum Empresarial Brasil-China e aproveitou para se reunir com executivos de empresas locais. O encontro resultou no anúncio de investimentos bilionários dos chineses no Brasil.

O OD detalhou todas as companhias que se comprometeram a aplicar dinheiro por aqui, incluindo nomes do setor de carros, energia renovável, farmacêutico e entrega (como a Meituan, com o aplicativo Keeta). Veja a lista completa das empresas e seus respectivos investimentos neste link.

A China quer expandir mercado e o Brasil se tornou o alvo das empresas chinesas. Por que?

Shein, TikTok, Temu e Meituan: empresas chinesas estão de olho no Brasil
Meituan é o maior grupo de delivery no mundo… e está mirando o Brasil (Imagem: sdx15/Shutterstock)

China quer expandir mercado… com motivo

O The New York Times explicou alguns dos motivos.

Com o ‘tarifaço’ imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a crescente guerra comercial entre os dois países, vender para o mercado norte-americano está ficando mais caro.

Isso causa um problema interno. Segundo Vey-Sern Ling, consultor de ações do banco privado Union Bancaire Privée, de Singapura, as empresas chinesas estão “encontrando mais dificuldades para crescer internamente”. Como resposta, vem a necessidade de expansão internacional como forma de manter o crescimento.

Além disso, a própria estagnação da economia chinesa está desacelerando o avanço por lá.

Silhuetas de Xi Jinping e Donald Trump na frente de bandeiras da China e dos Estados Unidos, respectivamente
Disputa comercial entre China e EUA tem prejudicado as vendas (Imagem: amagnawa1092/Shutterstock)

Mas por que o Brasil?

Enquanto a China acirra a concorrência com os Estados Unidos, se aproxima do Brasil. A viagem de Lula a Pequim e o encontro com o presidente Xi Jinping estreitaram os laços comerciais entre os países.

Analistas consultados pelo NYT afirmaram que a boa relação das nações deu às empresas chinesas confiança para apostar no Brasil. Isso inclui o investimento de cerca de US$ 4,7 bilhões por parte das companhias no mercado brasileiro.

Meituan (entregas), Mixue (fast food) e GWM (setor automotivo) foram algumas delas. Outras, já estão consolidadas por aqui, como 99, TikTok, Shein e Temu.

Pessoa segura com uma mão celular com logomarca da TikTok na tela enquanto segura cartões de crédito com a outra mão
Enquanto algumas empresas querem começar a investir no país, TikTok está expandindo ainda mais sua atuação (Imagem: Thaspol Sangsee/Shutterstock)

Empresas chinesas não querem apenas investir no Brasil: querem dominá-lo

De acordo com especialistas, as empresas chinesas que querem operar no Brasil não visam apenas expandir seu mercado. Elas querem dominá-lo.

Segundo Heatherm Huang, cofundadora da Measurable AI (empresa de tecnologia de Hong Kong que analisa dados de compras online para empresas financeiras), quando as chinesas vão para o exterior, lucrar não é o objetivo. A prioridade é dominar o mercado primeiro.

Por exemplo, a Meituan operou na China com prejuízo durante anos, oferecendo grandes descontos para superar a concorrência. Quando a companhia resolveu expandir sua atuação para Hong Kong, com o aplicativo Keeta (que deve chegar ao Brasil), fez o mesmo. O resultado: tirou do mercado a Deliveroo, uma das principais plataformas de delivery que já existiam por lá.

O mesmo acontece com a Temu e com a Shein: elas oferecem descontos gigantescos, que podem ultrapassar os 70%, para atrair consumidores e superar a concorrência. Não se trata de lucro apenas, mas sim de dominância.

23 de junho de 2025 - 14:54
Plataforma chinesa vai acirrar a concorrência com iFood, que detém 80% do mercado nacional de delivery (Imagem: Keeta/Divulgação)

Leia mais:

Há desafios

As empresas chinesas têm grandes esperanças no Brasil, mas alguns fatores ainda podem ser desafiadores por aqui:

  • O Brasil está taxando compras importadas de até US$ 50, dependendo se o site de e-commerce participa do programa Remessa Conforme ou não;
  • Há, ainda, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), proporcional ao valor do produto;
  • Além disso, as chinesas levantaram preocupações sobre o regime de trabalho dos entregadores, com horas exageradas e pouco descanso, e manuseio de dados de usuários.

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Fonte: Olhar Digital

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