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Secretário do Tesouro do EUA diz que ‘cabe à China reduzir a escalada’ na guerra comercial

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse que “todos os aspectos” do governo americano estão em contato com a China, mas que cabe a Pequim dar o primeiro passo para diminuir a disputa tarifária com os EUA devido ao desequilíbrio comercial entre as duas nações e alcançar um acordo.

— Vamos ver onde isso vai dar — disse Bessent em uma entrevista ao programa “Squawk Box”, da CNBC. — Como eu disse repetidamente, acredito que cabe à China diminuir a escalada, porque eles nos vendem cinco vezes mais do que nós vendemos para eles, e essas tarifas de 120%, 145% são insustentáveis.

O fato de a China isentar alguns produtos das tarifas indica que estão interessados em reduzir as tensões, afirmou Bessent, acrescentando que ele tem “uma escada de escalada no meu bolso e estamos muito ansiosos para não ter que usá-la.” E essa escalada poderia incluir um “embargo”, disse ele.

Os comentários surgem em um momento em que os mercados estão tensos quanto ao rumo das tarifas após o anúncio do presidente Donald Trump, em 2 de abril, de tarifas globais generalizadas. Uma semana depois, Trump afirmou que manteria tarifas de 10% de forma abrangente, mas adiaria por 90 dias a aplicação de tarifas mais agressivas contra parceiros comerciais específicos. Mas avisou que a medida não valeria para a China.

Na sexta-feira, Trump disse que não retiraria as tarifas sobre a China, a menos que Pequim ofereça ‘algo substancial em troca’.

Bessent afirmou que os EUA colocaram a China de lado por enquanto enquanto buscam acordos comerciais com entre 15 a 17 outros países, e acrescentou que não ficaria surpreso se um acordo comercial com a Índia fosse o primeiro a ser anunciado.

— “Vários países apresentaram propostas muito boas, e estamos avaliando essas propostas. Eu apostaria que a Índia será um dos primeiros acordos comerciais que assinaremos. Portanto, fiquem atentos — afirmou.

O secretário do Tesouro também disse que os oficiais dos EUA se reuniram com seus colegas chineses durante as reuniões do FMI e do Banco Mundial em Washington, na semana passada, para falar sobre “estabilidade financeira”, mas não indicou que discussões comerciais tenham surgido durante os diálogos.

De acordo com a CNBC, além de avaliar a situação entre China e EUA, as duas maiores economias do mundo, Bessent disse ainda que as nações europeias provavelmente estão “em pânico” devido à força do euro frente ao dólar desde o início das tensões comerciais. O euro subiu quase 10% neste ano em relação ao dólar, depois de as moedas terem se aproximado da paridade no início de janeiro, antes da posse de Trump.

— Vocês vão ver o Banco Central Europeu começando a cortar juros para tentar derrubar o euro. Os europeus não querem um euro forte. Nós temos uma política de dólar forte — acrescentou o secretário à CNBC.

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