Por Diego Cidade, fundador da Academia do Universitário
Ouvimos falar há anos sobre “RH estratégico”, mas na prática, o que isso significa? Para mim, é quando o RH deixa de ser só operacional e passa a ser um verdadeiro motor de transformação da empresa, ajudando a desenvolver cultura, talento, inovação e resultado.
E aí entra a Inteligência Artificial.
Muita gente ainda tem medo da IA, porque acha que ela veio para substituir pessoas. Mas o que eu tenho visto nas empresas que estão na vanguarda é exatamente o contrário.
A IA está assumindo tarefas repetitivas, demoradas, operacionais…
E isso libera tempo e energia para o RH fazer o que realmente importa: pensar estrategicamente, cuidar de gente, desenvolver líderes, criar cultura e inovar.
Nos últimos meses, eu mergulhei nesse tema. Conversei com empresas, li cases, analisei dados – e quero trazer de maneira prática como as empresas têm feito isso.
A Microsoft e o RH com Copilot
A Microsoft tem um case muito forte de como a IA está sendo usada para aumentar a produtividade sem perder o foco no humano.
O Copilot, por exemplo, está sendo usado para melhorar o atendimento interno aos funcionários — com agentes de autoatendimento que agilizam processos e reduzem atrito. Em empresas como a PRIO, o uso dessa IA no RH já trouxe economia de mais de 70 horas por setor com tarefas administrativas e de gestão.
Tudo isso mostra como a IA pode ser aliada do RH — não para substituir, mas para potencializar.
A Supergasbras e a IA presente na cultura
A Supergasbras é outro exemplo incrível. Lá, a IA já faz parte da cultura organizacional e o time de RH não apenas usa a tecnologia, como tem participação ativa nessa transformação.
“Acreditamos que o talento do nosso time é potencializado pelo domínio de ferramentas de Inteligência Artificial, que são nossas aliadas na otimização da realidade dinâmica organizacional, permitindo tempo para conexões humanas mais verdadeiras, construtivas, genuínas e fundamentais para a atuação dentro de Recursos Humanos”, diz Glória Castro, Diretora de RH da empresa.
E o que eles têm feito?
Além de capacitar todo o time de RH em IA, a Supergasbras criou uma iniciativa muito legal: convida fornecedores de soluções em RH com IA para fazer pitchs internos, onde o próprio time avalia o que pode funcionar ou não. Ou seja, inovação na prática.
No dia a dia, a IA já está presente em quatro grandes frentes:
- Inovação: brainstorming, pesquisa de tendências e fornecedores, mapas mentais.
- Análise: KPIs, dashboards, relatórios, programação em Excel e Power BI.
- Desenvolvimento: criação de conteúdos, vídeos, traduções, feedback estruturado.
- Organização: atas de reunião, resumos de e-mails, consolidação de dados.
É sobre ter uma equipe preparada e um mindset aberto ao novo.
Liderar com propósito (e IA)
E isso conecta com algo que Satya Nadella, CEO da Microsoft, defende muito: a empatia como motor da inovação.
“Empatia é uma das habilidades mais importantes para inovar”, diz ele (fonte).
Não é só sobre usar IA porque é tendência. É sobre usar tecnologia para liberar tempo, reduzir ruído, e dar espaço para o que é essencial: desenvolver pessoas, ouvir, criar soluções com impacto.
Para fechar: o RH que não tem medo da IA
A IA não veio para roubar o nosso lugar.
Ela veio para tirar do nosso colo o que é mecânico, cansativo, burocrático.
E dar espaço para aquilo que só gente faz: escutar, criar, construir confiança, formar cultura, resolver o que não está no manual.
RHs que estão fazendo isso hoje não são os mais tecnológicos, são os mais conscientes.
Os que entenderam que inteligência artificial, quando bem usada, nos aproxima do que temos de mais humano.
Esse é o RH do futuro. Que, na real, já está acontecendo agora.
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