A agenda regulatória para o setor de biocombustíveis é um dos principais instrumentos para que o setor avance no Brasil, diz Luiz Dumoncel, presidente do conselho de administração e fundador da 3tentos.
Durante o Agroforum, evento do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), que é realizado nesta quinta-feira, 22, em Cuiabá (MT), Dumoncel afirmou que a aprovação de regulamentações como a Lei do Combustível do Futuro, aprovada em 2024, garante maior segurança para que as empresas invistam.
“É uma agenda mais propositiva, que oferece segurança e previsibilidade. O setor de biocombustíveis representa uma grande oportunidade para o Brasil. Temos empresas sérias e produtores comprometidos para um setor bem regulado”, disse Dumoncel.
A Lei do Combustível do Futuro estabelece que o percentual de mistura de etanol na gasolina será fixado em 27%, com o Poder Executivo podendo ajustá-lo entre 22% e 35%, de acordo com as condições de mercado – atualmente, a mistura pode chegar a 27,5%, com um mínimo de 18%.
No caso do biodiesel, a mistura atual de 14%, que está em vigor desde março deste ano, será aumentada gradualmente a partir deste ano, com acréscimos de 1 ponto percentual ao ano, até atingir 20% em 2030. Em março de 2025, quando começaria o aumento da mistura, o governo brasileiro decidiu manter a mistura de 14% de biodiesel (B14) no diesel, em vez de aumentar para 15% (B15).
Segundo o executivo, as empresas brasileiras vêm se preparando para a expansão do setor de biocombustíveis desde antes da aprovação da Lei do Combustível do Futuro, e o momento agora é de consolidação dessa agenda.
“Não podemos perder o foco de produzir mais biocombustíveis com qualidade. O caminho que a agroindústria fez para a introdução do biocombustível é irreversível”, afirmou Dumoncel.
No último dia 12, inclusive, a empresa chinesa Envision anunciou investimento de US$ 1 bilhão na produção de combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) a partir da cana-de-açúcar no Brasil.
Para José Fernando Mazuca Filho, diretor-presidente da UISA, companhia de cana-de-açúcar, não existe mais Brasil sem biocombustível. Segundo ele, os produtores estão disponíveis e assumindo riscos, pois é um mercado promissor.
“O produtor brasileiro é muito responsivo. Por isso, precisamos de um ambiente regulatório que seja propositivo. Se tivermos isso, vamos produzir. Hoje, o ambiente do governo é muito favorável para isso”, afirmou.
Fonte: Exame