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Recuo nos volumes e alta nos preços: o que esperar do 2T25 da Ambev (ABEV3)?

Ambev(Foto: Divulgação)

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Aumento de custos, desaceleração de volumes e uma postura mais firme em reajustes de preços, principalmente na divisão de cervejas no Brasil, são fatores esperados por analistas de diferentes casas para os resultados do segundo trimestre deste ano (2T25) da Ambev (ABEV3), que serão divulgados no próximo dia 31. Segundo eles, o foco estará na capacidade da companhia de preservar margens diante das pressões competitivas e operacionais, após um longo período priorizando ganho de volume.

O Bradesco BBI, por exemplo, diz em relatório que a receita líquida consolidada da Ambev no período deve chegar a R$ 20,8 bilhões, um avanço anual de 4%. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) é estimado em R$ 6,1 bilhões, com crescimento de 6% em relação ao mesmo período do ano passado.

A margem, estima o banco, deve subir 0,5 ponto percentual, para 29,3%. O lucro líquido projetado é de R$ 2,6 bilhões, alta de 10%. Os analistas apontam que o comportamento das despesas financeiras continua pressionando o resultado final, em linha com o que já havia sido observado no primeiro trimestre.

Na divisão Cerveja Brasil, o banco prevê um recuo de 1,7% nos volumes vendidos, influenciado por um ambiente de consumo fraco, aumento de preços pós-Carnaval e perda de participação de mercado. Em contrapartida, os estrategistas dizem que a receita líquida por hectolitro deve crescer 4,1% na comparação anual, acima dos 2,4% registrados no primeiro trimestre.

O custo caixa por hectolitro deve subir 5,7%, o que pode pressionar as margens no segundo semestre. Ainda assim, o Bradesco BBI projeta um Ebitda de R$ 2,9 bilhões para o segmento, com margem de 30,3%.

Para bebidas não alcoólicas, os analistas esperam crescimento de 1% nos volumes, com alta de 8% nos preços médios, beneficiada pelo mix de produtos. A projeção é de Ebitda de R$ 575 milhões e margem estável de 27,7%. Na América Latina Sul, o desempenho na Argentina deve melhorar, embora em ritmo mais lento do que o previsto no início do ano.

A equipe do BTG Pactual também espera um trimestre fraco. A estimativa é de queda de 2,9% nos volumes de cerveja no Brasil, com preços subindo 4,9%. A margem Ebitda deve permanecer estável em 29,6%, interrompendo uma sequência de nove trimestres de expansão. O banco afirma que os custos voltam a subir devido a um hedge cambial menos favorável e menor alavancagem operacional. Em meio a esse quadro, a Ambev estaria priorizando rentabilidade ao tentar reposicionar marcas como Skol.

O que esperar de outras regiões

Nos demais países da região, a tendência é semelhante à do primeiro trimestre. A projeção do banco é de Ebitda de R$ 575 milhões e margem de 16,6%, queda de 0,5 ponto percentual em relação ao segundo trimestre do ano passado.

Na América Central e Caribe, o Bradesco BBI aponta queda de 3,5% nos volumes, puxada por menor confiança do consumidor na República Dominicana. A expectativa é de Ebitda de R$ 1,1 bilhão e margem de 39,7%. Já no Canadá, os analistas esperam estabilidade nos volumes, com leve crescimento de 0,5% e avanço de 17% no Ebitda, para R$ 955 milhões. A margem deve subir 1,2 ponto percentual, chegando a 32,1%.

O BTG vê um crescimento tímido na América Latina Sul devido à base fraca de comparação. A unidade CAC segue pressionada, enquanto o Canadá deve registrar leve melhora de margem. De forma consolidada, a projeção é de queda de 1,4% nos volumes e EBITDA de R$ 6 bilhões, alta anual de 5%. Mesmo com a tentativa de reposicionar produtos, o banco avalia que a concorrência com Heineken e Petrópolis tende a se intensificar nos próximos meses.

O Itaú BBA também projeta um Ebitda consolidado de R$ 6,1 bilhões e lucro líquido de R$ 2,7 bilhões, um pouco abaixo do consenso devido à expectativa de menores ganhos financeiros não operacionais. O banco aponta que os custos caixa por hectolitro na divisão de cervejas devem ganhar força a partir do segundo trimestre, o que torna a precificação e a rentabilidade ainda mais relevantes na leitura dos números. A queda de volumes e a antecipação de reajustes frente aos concorrentes são apontadas como fatores que pressionam a performance da Ambev no Brasil.

Na operação internacional, o Itaú BBA vê uma recuperação gradual nos volumes da Argentina, ainda que abaixo do inicialmente esperado. As divisões da América Central, Caribe e Canadá devem manter tendências semelhantes às do primeiro trimestre, com a valorização do real afetando a contribuição dessas unidades em termos consolidados. O banco diz que o mercado deve acompanhar possíveis sinais sobre política de dividendos e o efeito de condições macroeconômicas na Argentina.

Recomendação

A avaliação do BTG é que o preço atual da ação não é atrativo, negociando a 14,1 vezes o lucro estimado para os próximos 12 meses. A recomendação é neutra, com preço-alvo de R$ 15.

Já o Bradesco BBI também tem recomendação neutra para o papel, com preço-alvo de R$ 12. Para os analistas, o segundo trimestre pode ser um ponto de inflexão na estratégia da companhia, que até então buscava manter volumes em alta mesmo com pressão nas margens.

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Fonte: InfoMoney

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