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R$ 104 mil de taxa? Vaquinha para alpinista que tentou salvar brasileira é criticada

R$ 104 mil de taxa? Vaquinha para alpinista que tentou salvar brasileira é criticada

A plataforma de vaquinhas online Voaa, do site Razões para Acreditar, lançou na semana passada uma campanha para arrecadar recursos para Agam Rinjani, o alpinista que atuou voluntariamente no resgate da brasileira Juliana Marins, que morreu após cair de um penhasco na Indonésia. Ao todo, foram arrecadados pouco mais de R$ 522 mil. A iniciativa, no entanto, passou a ser alvo de críticas nas redes sociais porque a empresa responsável ficará com 20% do valor – o equivalente a pouco mais de R$ 104 mil.

“Dos R$ 500 mil, 80 % será dividido entre sete pessoas, e 20 % ficará com a página que não arriscou a vida nem moveu um dedo. Isso é absurdo”, escreveu um internauta na página da plataforma no Instagram. “Conheço a página e já doei inúmeras vezes, mas (a campanha) do Agam é oportunismo puro!”, comentou outra usuária.

Em nota publicada nas redes sociais, a Voaa afirmou que é um negócio social, e não uma ONG, e que adota um “modelo de negócios único”. Segundo a empresa, os 20% cobrados servem para custear a equipe, prestadores de serviço e encargos tributários.

“Dos 20%, 4% são para pagar custos financeiros dos meios de pagamentos e 3,5% para pagar impostos. Sobrou quanto? 12,5% para custos com prestadores de serviços e também para pagar nossa equipe formada por 18 pessoas remuneradas (ninguém é voluntário)”, explicou a plataforma no Instagram.

Na mesma nota, a empresa reconheceu que a taxa cobrada está acima da média do mercado, mas argumentou que o serviço oferecido também está. Por isso, afirmou, a cobrança é “essencial”.

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Abaixo-assinado com mil assinaturas

A resposta da Voaa não agradou parte dos internautas, que lançaram um abaixo-assinado pedindo que, no caso da vaquinha para Agam, seja descontada apenas a taxa bancária, e que o restante seja integralmente repassado ao alpinista, “porque essa foi a nossa intenção ao doar”.

O documento online, que contava com cerca de mil assinaturas até as 13h30 deste domingo (29), também critica os custos operacionais da empresa. Segundo os autores, é “descabido que a equipe precise de mais de 90 mil reais para seu salário” e que “deveria haver um portal de transparência visto que estão lidando com dinheiro doado do povo”.

Entenda o caso

Agam Rinjani nasceu em Makassar, a maior cidade da região leste da Indonésia. Desde os primeiros relatos sobre a queda da brasileira, ele organizou uma equipe de resgate e compartilhou vídeos e atualizações enquanto subia a trilha à noite, com uma lanterna presa ao capacete.

Em entrevista, contou que ele e outros voluntários, quando chegaram até Juliana, passaram a noite inteira segurando o corpo dela à beira de um penhasco de 500 metros – sob chuva e queda de pedras – para evitar que ela escorregasse ainda mais.

“Não consegui dormir até agora. É muito triste. Não conseguimos salvá-la. Tinha muita gente ajudando. Ficamos com ela a noite toda na beira de um penhasco. Segurei Juliana para que ela não descesse mais 300 metros. É muito triste”, disse.

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De acordo com o médico legista Ida Bagus Alit, do Hospital Bali Mandara, em Denpasar, na Indonésia, a causa da morte da brasileira foi um trauma, com múltiplas fraturas, lesões em órgãos internos e hemorragia intensa. A família dela recebeu R$ 55 mil da Prefeitura de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, como ajuda para o translado do corpo ao Brasil.

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Fonte: InfoMoney

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