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“Quem se ferrou fui eu”, diz Mauro Cid em áudios divulgados pelo STF

“Quem se ferrou fui eu”, diz Mauro Cid em áudios divulgados pelo STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou públicos, nesta segunda-feira (16), áudios atribuídos ao tenente-coronel Mauro Cid em que ele afirma ter sido o único prejudicado nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) em 2022.

Nos áudios enviados ao advogado Eduardo Kuntz — que representa o coronel Marcelo Câmara, também réu no caso — Cid critica o fato de outros investigados, como o ex-presidente, os generais Braga Netto e Heleno, não terem sofrido as mesmas consequências que ele.

“O Braga Netto, 4 estrelas, chegou ao topo… reserva. General Heleno, chegou ao topo… reserva. Presidente, ganhou milhões aí em Pix, chegou ao topo. Tudo bem, todo mundo no mesmo barco. E quem que se fodeu? Quem perdeu tudo? Fui eu”, afirmou Cid nos áudios.

Militares e familiares sob investigação

Em tom de desabafo, Cid menciona que sua família inteira foi alvo de apurações por parte da Polícia Federal (PF), inclusive parentes que, segundo ele, não teriam relação com os fatos investigados.

“Quem teve o pai, a esposa, a família toda investigada? Até a sogra falecida há 10 ou 15 anos foi investigada. Meu irmão nos EUA, minha irmã, todo mundo foi investigado. Quem teve isso? Quem teve a carreira destruída?”

As mensagens foram enviadas por meio do perfil @gabrielar702, no Instagram, e fazem parte da documentação anexada por Kuntz à ação penal como tentativa de invalidar o acordo de delação premiada de Mauro Cid, sob o argumento de falta de espontaneidade.

Defesa contesta autenticidade e Cid nega uso de redes sociais

A defesa de Mauro Cid nega a veracidade dos conteúdos divulgados pela revista Veja, que revelou os áudios, e alega que seu cliente não utilizou redes sociais no período em que estava sob medidas restritivas.

Durante depoimento ao STF na semana passada, Cid afirmou que todos os seus aparelhos eletrônicos haviam sido apreendidos e que não fez uso de redes sociais no período. Quando questionado pelo advogado de Jair Bolsonaro, Celso Vilardi, sobre o perfil @gabrielar702, Cid respondeu: “Não sei se é da minha esposa”.

Pressão sobre delação e crise entre réus

As mensagens aumentam a tensão entre os réus da ação penal que investiga o plano de golpe. Além de Bolsonaro, outros militares de alta patente — como Braga Netto, Heleno e Câmara — são citados por Cid como parte das articulações.

Na mesma segunda-feira, o STF autorizou uma acareação entre Cid e Braga Netto, a pedido da defesa do general. Já os advogados de Bolsonaro e Braga Netto ingressaram com ações para anular a delação, alegando que Cid sofreu pressões e que sua colaboração foi contaminada por condutas ilegais.

A crise interna entre os réus e delatores adiciona um novo elemento à reta final do julgamento, previsto para o segundo semestre de 2025.

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Fonte: InfoMoney

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