A retomada das negociações entre Totvs (TOTS3) e Stone (STNE) pela Linx – agora com exclusividade – reviveu um processo de venda que parecia ter esfriado. No mercado, ninguém mais colocava a venda na conta.
Sem ofertas que a satisfizessem e bastante capitalizada (pelo menos R$ 5 bilhões em caixa), a Stone tinha sinalizado que não tinha pressa em vender. Agora, analistas tentam fazer as contas de a quanto o negócio pode sair.
No balanço do quarto trimestre, a Stone havia feito uma baixa contábil do negócio de softwares no valor de R$ 3,6 bilhões, avaliando a Linx em R$ 4,05 bilhões – o que deu uma baliza maior de valor para o negócio.
Para o Citi, o negócio pode sair com um pequeno prêmio. “Considerando que o negócio de software da Stone alcançou um EBITDA ajustado de R$ 290 milhões em 2024 e um múltiplo EV de 15x, estimamos que a venda possa chegar a R$ 4,35 bilhões”, calculam os analistas em relatório.
O BofA, por sua vez, é mais conservador e vê um desconto em relação ao preço dos ativos no balanço. Eles estimam que a empresa deve valer entre R$ 2,8 bilhões e 3,8 bilhões – ainda assim, o equivalente a 13% a 18% da capitalização de mercado atual da Stone.
Hoje, os papéis da companhia chegaram a subir mais de 5% na Nasdaq, na contramão do índice, antes de aliviar a alta. Por volta das 16h30, as ações da Stone eram negociadas a 3,16%. Na contramão, na B3, a Totvs caía 1,33% no mesmo horário.
Mais dividendos da Stone no radar?
A Stone comprou a Linx em 2021, quando a empresa de softwares crescia em forte ritmo. Mas a integração e a captura de sinergias se mostraram mais complexas do que se previa na aquisição em 2021.
Agora, a potencial transação anima investidores não só com a perspectiva de a Stone voltar a se concentrar nos negócios principais de meios de pagamentos, mas (e principalmente) porque as chances de bons dividendos aumentaram.
“Uma venda seria positiva para a Stone, pois a gestão poderia se concentrar no negócio principal de pagamentos/serviços bancários, e o caixa extra disponível poderia melhorar o custo de financiamento e/ou o pagamento de dividendos”, dizem os analistas do Citi.
A lógica é compartilhada pelo time do Bank of America, que veem o anúncio como “um passo importante para a venda” e o sucesso da operação como razão para uma distribuição adicional de capital.
As duas equipes recomendam a compra do papel.
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