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Qual legado Elon Musk deixou no governo Trump?

Elon Musk anunciou oficialmente sua saída do governo Trump na noite da última quarta-feira (28), encerrando um mandato breve e controverso como conselheiro sênior e líder informal do Departamento de Eficiência Governamental (Doge).

Sua promessa de reinventar o setor público com tecnologia e cortes de gastos resultou, segundo uma análise do The Guardian, em colapso de agências e perda de serviços essenciais.

A saída ocorre ao fim de seu mandato formal como “funcionário especial”, mas também reflete um esforço do bilionário para se afastar de Washington, em meio a críticas crescentes de acionistas e do público.

Musk afirmou que pretende voltar o foco para suas empresas e reduzir seu envolvimento político.

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Qual legado Elon Musk deixou no governo Trump?
Elon Musk sai do governo Trump e deixa rastro de cortes, caos e agências desmanteladas (Imagem: bella1105/Shutterstock)

Cortes de gastos prejudicaram a gestão

  • Durante sua gestão, Musk promoveu cortes drásticos em agências federais, como a NOAA e o Departamento de Assuntos de Veteranos, além de fechar departamentos inteiros voltados para políticas sociais.
  • O Doge alegava economias de US$ 140 bilhões, mas seus dados são contestados e não compensam os US$ 2,3 trilhões que a nova reforma tributária de Trump adicionará ao déficit.
  • Muitos dos cortes comprometeram o funcionamento do governo. Um exemplo é a destruição do 18F, órgão que oferecia soluções tecnológicas ao setor público. Ex-funcionários relataram que a equipe de Musk não compreendia a complexidade do serviço público.
  • “É muito mais fácil destruir do que construir”, alertou Lindsay Young, ex-diretora do 18F.

O impacto mais severo foi sentido na USAid, maior agência de ajuda humanitária do mundo, que teve 83% de seus programas cancelados.

O corte afetou diretamente o Pepfar, iniciativa crucial no combate ao HIV/Aids, atrasando a entrega de novos medicamentos e deixando populações vulneráveis sem atendimento.

Musk ainda terá pessoas de confiança no governo

Mesmo com Musk fora, seus aliados permanecem em cargos-chave no governo, como Antonio Gracias, que ainda atua em agências como a Previdência Social e a FAA. Operando com acesso privilegiado e pouca transparência, o futuro dessas operações paralelas permanece incerto.

Alguns seguidores próximos de Musk já o acompanharam na saída, como Steve Davis e Katie Miller. A liderança do Doge agora passa para Russ Vought, nome ligado à extrema-direita cristã, que defende cortes radicais e aumento do poder presidencial.

Embora Musk tenha prometido um governo mais enxuto e eficaz, o que se viu, segundo especialistas, foi um desmonte acelerado de serviços públicos, perda de expertise institucional e risco à saúde e bem-estar de milhões.

“Você não precisa de muitas pessoas para cortar coisas”, disse Young. “Mas para construir algo que funcione, é preciso pensamento e esforço. Isso nunca esteve nos planos.”

Elon Musk usando uma camiseta com os dizeres "DOGE"
Atuação de Elon Musk no Doge, na prática, não trouxe os benefícios prometidos (Imagem: Joshua Sukoff / Shutterstock.com)

A coletiva do adeus

Em entrevista concedida na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos elogiou o trabalho do parceiro, inflou dados de sua atuação a frente do DOGE e deu a entender que ele poderia voltar ao governo em algum momento. Leia mais sobre o assunto nesta outra matéria.

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Fonte: Olhar Digital

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