A agenda econômica do Brasil começa com a Conferência Anual do Banco Central, que reúne autoridades e especialistas para discutir temas relevantes para a política monetária e financeira do país. Também será divulgado, às 8h, o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) referente a maio, indicador importante para acompanhar a inflação no atacado e no varejo. O Prisma Fiscal, com as previsões do mercado para os principais indicadores fiscais também é destaque na sessão.
Nos Estados Unidos, os dados do setor imobiliário ganham atenção a partir das 9h30, com a divulgação das Licenças de Construção e da Construção de Novas Casas, ambos relativos a abril. Às 11h, será divulgado o Índice Michigan de Percepção do Consumidor, que traz informações sobre o sentimento das famílias americanas em relação à economia, consumo e situação financeira pessoal.
O que vai mexer com o mercado nesta sexta
Agenda
Às 14h30, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, participará do evento Prisma Fiscal 10 anos, organizado pela Secretaria de Política Econômica (SPE).
Brasil
Durante a manhã – Conferência Anual do Banco Central do Brasil
8h – IGP-10 (maio)
EUA
9h30 – Licenças de Construção (abril)
9h30 – Construção de Novas Casas (abril)
11h – Índice Michigan de Percepção do Consumidor (maio)
INTERNACIONAL
Exportações
As exportações brasileiras para o Mercosul somaram mais de US$ 8 bilhões entre janeiro e abril de 2025, alta de 35% sobre o mesmo período de 2024. A Argentina foi o principal destino, com aumento de 48% nas compras, alcançando US$ 5,8 bilhões, melhor resultado desde 2018. O setor automotivo liderou, com destaque para veículos de passageiros, que somaram US$ 1,2 bilhão. Dois em cada cinco carros vendidos no país vizinho vieram do Brasil. A expectativa é ultrapassar 500 mil unidades exportadas em 2025. Já as vendas para Uruguai e Paraguai ficaram estáveis.
Acordos
Durante viagem ao Oriente Médio, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou acordos que somam mais de US$ 1 trilhão. Nesta quinta-feira (15), foram firmados mais de US$ 200 bilhões com os Emirados Árabes Unidos, incluindo US$ 14,5 bilhões entre Boeing, GE Aerospace e Etihad Airways. No dia anterior, o Qatar assinou compromissos de US$ 243 bilhões, com destaque para um pedido de até 210 aeronaves da Boeing. Já na terça (13), a Arábia Saudita anunciou investimentos de US$ 600 bilhões em defesa, inteligência artificial e energia.
ECONOMIA
Meta fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que apresentará a Lula, na próxima semana, medidas pontuais para cumprir a meta fiscal de 2025. Ele negou que haverá pacote para elevar a popularidade do governo, desmentindo boatos sobre reajuste do Bolsa Família ou ações no setor de energia. Haddad explicou que foram identificados gargalos nas despesas e receitas, mas não se trata de um pacote. O governo mira meta fiscal zero, podendo tolerar déficit de até R$ 31 bilhões. Também negou pedidos do Ministério do Desenvolvimento Social para ampliar o Bolsa Família.
Precatórios
O governo prevê R$ 69,7 bilhões em precatórios a serem pagos em 2026, segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento. O valor estará na proposta orçamentária da União e é próximo dos R$ 70 bilhões previstos para 2025. Quase 98% das requisições têm valor inferior a R$ 1 milhão, somando R$ 32,5 bilhões. As maiores demandas envolvem apenas quatro processos, totalizando R$ 5 bilhões. Cerca de 34% dos precatórios são previdenciários e 13% relacionados a pessoal. O governo busca solução para o crescimento desses gastos, que hoje têm parte paga fora do limite fiscal por decisão do STF.
Dívidas atrasadas
Em abril, a União pagou R$ 820,78 milhões em dívidas atrasadas de estados e municípios, segundo o Relatório de Garantias Honradas divulgado pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira (15). No acumulado de 2025, o valor total de débitos quitados pela União já soma R$ 3,32 bilhões. Esses pagamentos referem-se a operações de crédito e recuperação de contragarantias dos entes federados, reforçando o compromisso da União em manter a estabilidade financeira das unidades federativas.
Arrecadação
O valor médio do IPVA pago pelos brasileiros em 2023 foi de R$ 698,79, com queda real de quase 2%, segundo o IBPT. São Paulo teve o maior valor médio (R$ 867,06), seguido por DF, Minas Gerais, Paraná e Amazonas. A arrecadação totalizou R$ 86,6 bilhões, alta real de 2,1%, puxada por estados fora do eixo SP-MG. As alíquotas variam de 2% a 4% e são usadas, por alguns estados, para atrair mais emplacamentos. A frota nacional chegou a 123,9 milhões de veículos, com SC liderando em proporção por habitante. A reforma tributária prevê IPVA para barcos e aviões.
Pix
Em 2024, os brasileiros realizaram 63,8 bilhões de transações via Pix, alta de 52% em relação a 2023, segundo a Febraban. O Pix manteve a liderança como o meio de pagamento mais usado, superando todos os outros juntos. Cartões, boletos, TED e cheques somaram 50,8 bilhões de operações. O cartão de crédito ficou em segundo lugar, com 19,8 bilhões, seguido pelo débito, com 16,7 bilhões. Em valores, o Pix movimentou R$ 26,9 trilhões, atrás apenas da TED, que atingiu R$ 43,1 trilhões. O DOC foi descontinuado em meio à ascensão do sistema instantâneo.
Crédito extraordinário
A abertura de um crédito extraordinário no Orçamento de 2025 para ressarcir aposentados e pensionistas que sofreram descontos indevidos não está em discussão, disse nesta quinta-feira (15), em Brasília, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, o governo ainda avalia o tamanho das retiradas não autorizadas de segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
POLÍTICA
INSS – desconhecimento
O ministro da Previdência, Wolney Queiroz, afirmou que a pasta desconhecia a dimensão das fraudes no INSS até a Operação Sem Desconto, deflagrada em abril. Segundo o ministro, antes da operação, o Ministério recebia apenas dados do próprio INSS, sem sinal da real extensão do problema. Ele disse que o governo agiu após as denúncias e que a investigação da CGU durou dois anos.
INSS – governo Bolsonaro
Wolney Queiroz também afirmou no Senado que as fraudes no INSS ocorreram entre 2019 e 2022, durante o governo Bolsonaro, período em que “o ladrão entrou na casa”. Segundo ele, 11 empresas fraudulentas foram credenciadas e se beneficiaram do fim da revalidação anual. Wolney defendeu que foi o governo Lula quem desbaratou o esquema com a Operação Sem Desconto.
INSS – bate boca
Wolney Queiroz e o senador Sergio Moro discutiram durante audiência no Senado sobre as fraudes no INSS. Moro questionou se Wolney sabia dos descontos indevidos enquanto era secretário-executivo. O ministro negou e lembrou que, em 2020, quando as denúncias surgiram, Moro era ministro da Justiça. Moro rebateu, dizendo que Wolney foi alertado sobre as fraudes em 2023 e não agiu. A audiência foi convocada após a revelação de um esquema que desviou cerca de R$ 6 bilhões de aposentados.
Desgaste
Após a crise do Pix, o governo admite que o esquema de fraudes no INSS deve provocar forte desgaste na gestão petista. A oposição já explora o caso como corrupção, enquanto o Executivo enfrenta dificuldades para conter a repercussão negativa. A queda na popularidade do governo Lula já é esperada nas próximas pesquisas eleitorais. Aliados do governo consideram que é precisa agir rápido para minimizar os danos antes de 2026.
Bolsa Família
O governo federal atualizou as regras de transição para beneficiários do Bolsa Família que ultrapassam o limite de renda para o programa. A partir de junho, famílias com renda entre R$ 218 e R$ 706 por pessoa poderão permanecer no programa por mais 12 meses, recebendo 50% do benefício. Atualmente, o prazo era de dois anos e o limite de renda, R$ 759. Famílias com renda estável, como aposentados, terão direito a até dois meses na transição, e pessoas com deficiência recebem até 12 meses. O objetivo é evitar o cancelamento imediato do benefício, permitindo adaptação gradual à nova condição financeira. Quem retornar à pobreza pode reingressar no programa em até 36 meses.
Nova vaga
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sondou o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) para assumir o ministério da Secretaria-Geral da Presidência, vaga atualmente de Márcio Macêdo (PT). Boulos mostrou disposição para aceitar o convite, que deve ser formalizado em breve, após o retorno de Lula do Uruguai. Embora petistas resistam à entrada de um outsider no Planalto, a avaliação é que Boulos pode fortalecer a ligação do governo com o eleitorado jovem e movimentos sociais. O deputado estaria disposto a abrir mão da reeleição para assumir o ministério, alinhado à orientação de Lula para ministros em ano eleitoral.
Sorteado
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi sorteado relator da ação movida pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), contra decisão que manteve parte do processo contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) por envolvimento em trama golpista. Moraes já relata casos relacionados à tentativa de golpe de Estado. A escolha ocorreu três dias após a Primeira Turma do STF anular uma manobra da Câmara que favorecia Ramagem.
Críticas
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) criticou sua condenação pelo STF a dez anos de prisão, afirmou que não sobreviveria na cadeia e disse sofrer de depressão e outras condições de saúde. Condenada por invasão ao sistema do CNJ e falsidade ideológica, ela também pode perder o mandato, embora ainda possa recorrer. A denúncia aponta que Zambelli planejou a invasão com o hacker Walter Delgatti Neto para criar alvarás falsos e tumultuar o Judiciário. Em sua defesa, ela nega envolvimento, diz ser vítima de perseguição política e que Delgatti muda de versão. O PL pediu à Câmara que suspenda a ação, como tentou fazer no caso de Alexandre Ramagem.
Corporativo
MBRF
A Marfrig (MRFG3) e a BRF (BRFS3) anunciaram nesta quinta-feira (15) a fusão de seus negócios, com a Marfrig propondo a incorporação da totalidade das ações de emissão da BRF não detidas pela companhia, de acordo com fato relevante.
A nova companhia se chamará MBRF e será detentora de todas as marcas, sendo a composição de Marfrig, BRF e National BEEF.
Banco do Brasil (BBAS3)
O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou seus resultados trimestrais nesta quinta-feira (15) e, com ele, encerrou temporada de resultados dos grandes bancos do primeiro trimestre de 2025.
O balanço trouxe lucro líquido ajustado de R$ 7,37 bilhões no primeiro trimestre de 2025 (1T25). O resultado veio abaixo da expectativa de R$ 9,32 bilhões do consenso da LSEG.
(Com Reuters, Estadão e Agência Brasil)
The post Prima fiscal, IGP-10, falas do BC, confiança consumidor nos EUA e mais destaques appeared first on InfoMoney.
Fonte: InfoMoney