Chico Buarque passou por uma cirurgia neurológica nesta terça-feira (3), no Hospital Copa Star, em Copacabana, Rio de Janeiro, para aliviar um quadro de pressão intracraniana.
De acordo com informações do O Globo, o artista passou por um check-up, e a cirurgia foi considerada necessária devido ao excesso de líquido na cabeça, que precisava ser drenado. Caso não fosse identificado a tempo, o problema poderia se agravar e afetar a fala e os movimentos de Chico Buarque.
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De acordo com o neurocirurgião Victor Hugo Espíndola, especialista em doenças cerebrovasculares, “pressão intracraniana é a força que existe dentro do crânio, resultado do equilíbrio entre três elementos: o cérebro, o sangue e o líquido cerebrospinal, que circula pelo sistema nervoso.”
Segundo o especialista, essa pressão é naturalmente tolerada até um limite considerado seguro, de no máximo 20 milímetros de mercúrio (mm Hg). Ele explica que, quando esse equilíbrio se rompe e a pressão aumenta, o cérebro sofre uma compressão que gera sintomas significativos.
“O paciente pode apresentar dor de cabeça muito intensa, vômitos em jato, visão turva, sonolência, desmaios e, em casos mais críticos, até falência respiratória”, explica o especialista.
Causas da hipertensão intracraniana
O médico destaca que esse aumento de pressão pode ocorrer por diferentes causas. “Geralmente, isso acontece devido a traumas, sangramentos, infecções, tumores ou acúmulo excessivo de líquido dentro do cérebro”, afirma.
Vale frisar que todo organismo produz esse líquido, que está constantemente sendo produzido e reabsorvido no corpo. “Ele tem diversas funções, sendo a principal amortecer o cérebro contra traumas, além de participar do metabolismo cerebral”, explicou o especialista.
Espíndola compara o crânio a uma caixa fechada, onde qualquer alteração nos volumes internos pode gerar desequilíbrio: “Vamos imaginar a situação. O crânio é um compartimento fechado, que contém o cérebro, o sangue que entra e sai, e o líquido cerebrospinal. Quando há um desequilíbrio entre essas estruturas ou a presença de algo a mais dentro da caixa craniana, a pressão intracraniana se eleva”.
Sobre os cuidados necessários, existem diferentes formas de tratar a pressão intracraniana. O neurocirurgião explica que, em muitos casos, são utilizados medicamentos que atuam na redução do inchaço e no controle da pressão.
Porém, quando essa alternativa não é suficiente, pode ser necessário recorrer a procedimentos como a drenagem do líquido ou a cirurgia chamada craniectomia descompressiva, na qual uma parte do osso do crânio é retirada temporariamente para que o cérebro tenha espaço para desinchar de forma segura.
O especialista complementa que, após o controle da pressão, o osso é recolocado, e o paciente segue em acompanhamento para tratar a causa do problema e evitar novas complicações.
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Fonte: InfoMoney