Alencar da Silveira Jr., presidente do América-MG, questionou a acusação de injúria racial contra o atacante Miguelito.
Miguel Terceros foi preso em flagrante após ser acusado em partida neste domingo (4), em Ponta Grossa, após acusação de Allano, zagueiro do Operário-PR.
“O que aconteceu, eu tenho que pedir desculpas a todos os torcedores pela situação que foi. O Miguelito tá voltando pra casa. É um jogador exemplar que faz por onde, é um jogador de grupo, um jogador educado, um jogador que tem princípios. Mas, eu recebi um telefonema hoje de um amigo de Portugal e ele colocava: – Alencar, depois você apura aí que o mesmo jogador que fez essa denúncia ontem, ele fez aqui em Portugal e essa denúncia foi infundada, não teve o que foi relatado pelo jogador. Então, eu gostaria de passar para todos os amigos, amigas e para a imprensa essa mesma matéria de 2022, quando o mesmo jogador falava de racismo e isso não aconteceu”, afirmou.
Em nota, Allano reclamou da violência sofrida. “Não vou me calar. Não por mim apenas, mas por todos os que já passaram por isso e por aqueles que ainda lutam para que esse tipo de violência acabe de vez. O futebol, como a sociedade, precisa dizer basta ao racismo. Precisamos de justiça, responsabilidade e, sobretudo, empatia”, publicou.
Em 2022, quando jogava pelo time português Santa Clara, Allano afirmou que foi vítima de ofensas racistas proferidas por torcedores do time adversário, o Boavista. A informação foi inserida na súmula pelo árbitro, um processo disciplinar foi aberto e a Federação Portuguesa de Futebol julgou a ação improcedente por falta de provas. O caso, porém, não foi analisado criminalmente, somente na justiça esportiva.
Entenda o caso no Brasil
O jogador Miguel Terceros, conhecido como Miguelito, do América Futebol Clube (América-MG), foi preso em flagrante na noite deste último domingo (4) pela prática de injúria racial durante uma partida válida pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro Série B, contra o Operário Ferroviário Esporte Clube, no Estádio Germano Kruger, em Ponta Grossa (PR).
Nesta segunda-feira (5), o atleta foi ouvido e o Tribunal de Justiça do Paraná autorizou sua liberdade provisória, sem a necessidade de audiência de custódia. Assim, o jogador voltou para Minas Gerais. Ele vai responder o processo em liberdade.
Segundo a Polícia Civil do Paraná (PC-PR), Miguelito teria proferido a expressão “preto do c******” contra o meia Allano, do Operário, aos 30 minutos do primeiro tempo, após uma disputa de bola seguida de falta. A ofensa foi confirmada pela própria vítima e pelo capitão da equipe paranaense, o jogador Jacy, que presenciou o episódio.
A suposta fala racista não foi registrada pelas câmeras da transmissão oficial, pois o jogador estava de costas no momento da agressão verbal. Ainda assim, os relatos colhidos em campo foram considerados suficientes para a lavratura do flagrante. O delegado responsável pelo caso, Gabriel Munhoz, disse que o inquérito será finalizado nos próximos dias, eventualmente com as imagens que corroboram com o que se tem obtido.
A CBF afirmou que encaminhou informações para análise do Superior Tribunal de Justiça Desportiva. A Federação Boliviana de Futebol prestou solidariedade a Miguelito. O por notas, o América-MG defendeu o atleta, enquanto o Operário repudiou o racismo.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Presidente do América-MG questiona denúncia de racismo contra Miguelito no site CNN Brasil.
Fonte: CNN Brasil