O consumo de café no Brasil caiu 15,9% em abril em comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). A redução nas vendas ocorre em meio à maior inflação da bebida em 30 anos: o preço do café aumentou 80% no acumulado de 12 meses até abril, conforme dados do IBGE.
No acumulado do ano, entre janeiro e abril, as vendas no varejo recuaram 5,13% em relação ao mesmo período de 2024, totalizando 4,7 milhões de sacas de 60 quilos. Esse dado se refere ao consumo doméstico via varejo, que representa entre 73% e 78% da demanda interna por café.
Entre os diferentes tipos de café, o que mais encareceu foi o solúvel, com um aumento de 85% no preço médio. O café gourmet teve uma elevação de 56%, enquanto o tradicional ou extraforte subiu 50%. Os cafés especiais e superiores também ficaram mais caros, com altas de 42,3% e 29%, respectivamente.

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A escalada dos preços é explicada por uma série de fatores.
Problemas climáticos, como ondas de calor e secas, impactaram diretamente a produção. Em 2023, o estresse hídrico levou as plantas a abortarem seus frutos, comprometendo a safra seguinte. Esses fenômenos têm se repetido nos últimos quatro anos, agravando os custos de produção.
Além disso, a oferta global foi prejudicada por quebras de safra em grandes produtores, como o Vietnã. Paralelamente, as guerras no Oriente Médio aumentaram o custo da logística internacional, encarecendo os embarques e os contêineres utilizados para exportação. Com a menor oferta e os maiores custos de transporte, os preços foram repassados ao consumidor final.
Outro ponto que pressiona os preços no mercado interno é o crescimento das exportações. Com o café brasileiro ganhando espaço em novos mercados internacionais, parte da produção tem sido direcionada ao exterior, reduzindo a disponibilidade para o consumo doméstico.
Vale lembrar que o café é a segunda bebida mais consumida no Brasil, atrás apenas da água.
Segundo a Abic, a indústria ainda não havia repassado integralmente os custos da matéria-prima. Entre 2020 e 2024, o custo de produção aumentou 224%, enquanto os preços para o consumidor subiram 110%. A expectativa, em fevereiro, já era de que os reajustes continuariam nos meses seguintes, à medida que os aumentos chegassem às prateleiras.
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Fonte: InfoMoney