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Por que sentimos o famoso “nó na garganta”? A medicina explica

Quem nunca sentiu o famoso “nó na garganta” em um momento de emoção intensa, como ao tentar segurar o choro? Essa sensação desconfortável é bastante comum e, embora pareça algo puramente emocional, tem explicações fisiológicas e psicológicas bem definidas.

Neste artigo, vamos explorar os motivos por trás desse incômodo fenômeno.

Como o nó na garganta se forma

Por que sentimos o famoso “nó na garganta”? A medicina explica
Ilustração 3D que mostra a faringe. / Crédito: Nerthuz (Shutterstock/reprodução)

Segundo o otorrinolaringologista Paulo Pontoni, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), essa sensação ocorre principalmente quando choramos ou tentamos conter o choro. Durante esse esforço, há um aumento involuntário da tensão muscular na região do pescoço e da garganta.

A laringe, estrutura situada acima da traqueia e responsável por funções como a respiração e a produção da voz, acaba sendo comprimida por essa tensão. Como a laringe precisa se mover livremente durante a deglutição, essa compressão dificulta o movimento e gera a incômoda sensação de que há uma “bola” ou um “nó” na garganta.

Emoções e reações químicas

Em momentos de estresse ou emoção intensa, o corpo libera substâncias químicas chamadas catecolaminas, como a adrenalina e a noradrenalina. Elas preparam o organismo para reagir a situações desafiadoras, mas também impactam diversas funções corporais, incluindo a musculatura da garganta.

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Sistema respiratório humano com foco na laringe e faringe: ilustração anatômica em 3D. / Crédito: Magic mine (Shutterstock/reprodução)

Por isso, além do “nó”, é comum surgir boca seca, voz embargada, dificuldade para falar e a sensação de garganta fechada. Tudo isso faz parte da resposta natural do corpo a estímulos emocionais.

Nome técnico: globo faríngeo

Na medicina, o nome técnico do “nó na garganta” é globo faríngeo (ou globus hystericus). É importante destacar que essa sensação não está relacionada à presença real de um nódulo físico. Trata-se de uma percepção subjetiva, sem obstruções anatômicas detectáveis.

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Mulher com torcicolo e dores musculares / Crédito: fizkes (Shutterstock/reprodução)

Entre as causas médicas associadas ao globo faríngeo, estão:

  • Tensão muscular: comum em momentos de emoção intensa.
  • Estresse e ansiedade: que aumentam a frequência da deglutição a seco e tensionam os músculos da faringe.
  • Refluxo gastroesofágico: o ácido estomacal pode irritar a garganta e provocar essa sensação.
  • Alterações físicas: em casos mais raros, condições como problemas na tireoide, infecções ou tumores podem gerar sintomas semelhantes. Nesses casos, costumam aparecer outros sinais, como dor persistente, rouquidão ou perda de peso.

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O que a psicologia diz sobre o nó na garganta

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Consulta psicológica entre terapeuta e paciente: apoio emocional para lidar com ansiedade, depressão ou raiva. / Crédito: PeopleImages.com – Yuri A (Shutterstock/reprodução)

Além das explicações fisiológicas, a psicologia também analisa essa sensação. Abordagens como a psicossomática e a psicologia somática interpretam o nó na garganta como reflexo de dificuldades em expressar sentimentos, muitas vezes ligados a medo, insegurança, vergonha ou autoanulação. 

Em contextos terapêuticos, ele pode ser um sinal de emoções contidas, conflitos internos ou a necessidade de dizer algo importante que foi reprimida por pressões externas ou autocensura.

Esse fenômeno é frequentemente observado em casos de ansiedade, depressão e estresse, nos quais o acúmulo de emoções não expressas pode gerar sintomas físicos. Também pode aparecer em pessoas que enfrentam dificuldade para se posicionar, impor limites ou expressar suas necessidades.

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Sigmund Freud, pai da psicanálise, em foto histórica. / Crédito: Domínio Público (Wikimedia Commons)

Na psicanálise, Freud chamou o fenômeno de “globus histérico”. Ele associava a mecanismos de defesa como a repressão, em que emoções são mantidas fora da consciência, mas acabam se manifestando por meio de sintomas físicos. Já abordagens mais contemporâneas, como a psicologia somática, reforçam a importância de reconhecer e liberar essas emoções para aliviar o desconforto corporal.

As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.

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Fonte: Olhar Digital

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