Grandes primatas são criaturas majestosas. Parecem uma montanha de músculos, mas também são bastante inteligentes e possuem uma postura ereta ou semi-ereta, bem parecida com a nossa, dos humanos.
O fascínio por esses animais levou à criação de uma personagem icônica do cinema: o King Kong, que surgiu da mente do cineasta Merian C. Cooper, em 1933.
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Não temos nenhum King Kong na vida real, mas uma espécie antiga chegou bem perto desse posto. Trata-se do Gigantopithecus blacki, um gigante que viveu há mais de 2 milhões de anos na China.
Ele podia alcançar 3 metros de altura e pesava cerca de 300 quilos. Bem maior do que o nosso atual maior primata do mundo, que é o Gorila-de-grauer, com até 1,95 metros de altura e 200 quilos.
Os cientistas descobriram a espécie há aproximadamente um século. A extinção do maior macaco da história, porém, sempre foi um mistério para os pesquisadores. Até agora. Um novo estudo parece elucidar o que aconteceu a 300 mil anos atrás.

Mudanças no habitat
- Esses gigantes de 3 metros eram aparentemente pacíficos e passavam o dia se alimentando de plantas e outros vegetais.
- Eles viviam em grandes e densas florestas de pinheiros, bétulas e castanheiras na região que corresponde hoje ao sul da China.
- De acordo com um artigo na revista Nature, foi justamente esse estilo de vida que levou a espécie à extinção.
- Isso, claro, somado às mudanças no habitat natural do primata.
- Para chegar a essa conclusão, os cientistas estudaram fósseis dos dentes e das mandíbulas desse macaco.
- Em paralelo a isso, fizeram análises de 22 cavernas chinesas para tentar datar a presença do primata com precisão ao longo do tempo – e também para reconstruir as mudanças de seu ambiente nesse período.
- E o estudo confirmou que houve mudanças significativas na vegetação do sul da China.
- Há cerca de 2,3 milhões de anos, a região era repleta de florestas com árvores de grande porte.
- O cenário foi mudando com o passar do tempo e as árvores deram lugar a pastagens há cerca de 300 mil anos.
- Esse período coincide com a janela de extinção do Gigantopithecus blacki.

A hipótese dos cientistas
A partir da análise da dentição de diferentes períodos, os pesquisadores perceberam que os dentes mais desgastados eram os mais antigos, mostrando uma grande oferta de alimentos para o gigante. Os mais recentes, por sua vez, estavam inteiros.
De acordo com a geocronologista Kira Westaway, autora principal do estudo, isso mostra que a espécie não conseguiu se adaptar às mudanças ambientais.
Esses primatas eram tão grandes que tinham a locomoção limitada e não cobriam grandes distâncias. Com o desaparecimento das árvores, eles perderam a principal fonte de alimentos e não conseguiram buscar novas florestas pela região.
Essa hipótese ficou ainda mais clara ao analisar uma outra espécie contemporânea, o Pongo weidenreichi. Esse parente do orangotango atual mudou sua dieta para se alimentar de plantas fibrosas que estavam mais prontamente disponíveis. Resultado: ele sobreviveu e evoluiu para uma espécie que conhecemos hoje.
Você pode ler o estudo na íntegra na revista Nature.
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Fonte: Olhar Digital