O boto cor-de-rosa é um dos animais que simbolizam a região amazônica e que está ameaçado de extinção, sofrendo com a caça ilegal e a seca intensa que atinge os rios locais em determinadas épocas.
Seu nome científico específico é Inia geoffrensis, e se parece muito com um golfinho, apesar de viver em água doce. O mamífero é endêmico dos rios da Amazônia, e circula pelos países da América do Sul que constituem esse bioma.
Entre os contos e os fatos que rodeiam o animal, tem algo que também chama muita atenção: sua coloração rosa. Afinal, você sabe o porquê de os botos cor-de-rosa serem dessa cor? Veja a seguir.
Por que o boto cor-de-rosa é rosa?
Na verdade, boto cor-de-rosa é o nome popular das três espécies de golfinhos fluviais amazônicos que pertencem ao gênero Inia.

O mamífero é considerado a maior espécie de golfinho de água doce do mundo, sendo que seus machos chegam a medir 2,55 metros de comprimento, e pesar 185 kg.
Outro destaque são suas nadadeiras peitorais avantajadas, que permitem que o animal faça manobras rápidas e movimentos para trás dentro da água.
Contudo, a característica mais marcante do boto é sobre a sua cor. Mas o que poucas pessoas sabem é que ele não nasce rosa: os filhotes nascem cinza, igual aos golfinhos.

Então, o que os faz ficarem com essa coloração? Os motivos ainda não são totalmente conhecidos, mas sabe-se que eles vão perdendo a cor de chumbo e ficam mais esbranquiçados conforme envelhecem.
Os botos se tornam cor-de-rosa por conta das cicatrizes e arranhões que vão acumulando ao longo da vida. Isso porque os botos machos costumam brigar entre si e, quando a pele machucada cicatriza, ela fica mais rosada do que o resto do corpo.
Então, quanto mais velho é um boto, mais brigas ele coleciona, fazendo com que seu tom rosado seja ainda mais forte. Isso explica o porque a cor é mais proeminente nos machos, enquanto as fêmeas e botos mais novos são mais perto do cinza.
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Fama de namorador
Além da cor rosa marcar o animal, outras características também o tornam famoso, como sua ‘personalidade namoradeira’.

A espécie conta com uma artimanha na hora de flertar: o macho captura com os dentes algum objeto nos rios, como um galho, leva-o para a superfície e passa a exibi-lo. O comportamento funciona como algo atrativo para as fêmeas.
E um fato curioso: quanto mais brilhante é o rosa, mais atraente os machos se tornam para as fêmeas. Isso, pelo menos, durante a temporada de acasalamento, que acontece quando a água está baixa e os machos e fêmeas ficam confinados no canal do rio Amazonas.
Já durante as estações chuvosas, milhares de quilômetros de floresta se tornam inundados, e as fêmeas se aproveitam para nadar em regiões afastadas.
Na lenda do folclore brasileiro, um boto cor-de-rosa macho sai da água à noite, transforma-se num homem, e tem relações com diferentes mulheres. Elas engravidam, mas nunca voltam a rever o amante, já que ele volta para a água a fim de retornar à forma de boto. Na natureza, algo semelhante acontece: após o ritual de acasalamento entre o macho e a fêmea, o macho a abandona assim que possível.
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Fonte: Olhar Digital