No Brasil, os investidores aguardam nesta terça-feira (6) a divulgação do índice PMI de serviços de abril, que fornecerá uma visão sobre a atividade do setor e poderá influenciar as expectativas sobre o desempenho econômico do país. A leitura será relevante para avaliar o ritmo de recuperação, especialmente após as recentes oscilações na atividade. Já o Comitê de Política Monetária (Copom) inicia hoje sua reunião de dois dias para definir os rumos da taxa básica de juros.
Ainda hoje, os investidores também estão atentos aos resultados financeiros do primeiro trimestre deste ano (1T25) de diversas empresas listadas na bolsa. Entre os destaques estão a Caixa Seguridade (CXSE3), Carrefour Brasil (CRFB3), Embraer (EMBR3), Prio (PRIO3), RD Saúde (RADL3), Vamos (VAMO3) e Vibra (VBBR3) cujos relatórios financeiros serão divulgados após o fechamento dos mercados, exceto o da Embraer, que será apresentado antes da abertura dos mercados.
Nos Estados Unidos, o dia será marcado pela divulgação da balança comercial referente ao mês de março, às 9h30. Este dado oferece uma visão sobre as trocas comerciais externas, refletindo a diferença entre exportações e importações. Às 17h30, o mercado acompanhará os números sobre os estoques de petróleo, dados que frequentemente influenciam as projeções sobre os preços do combustível e podem indicar tendências no mercado global de energia.
O que vai mexer com o mercado nesta terça
Agenda
Nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem reuniões ao longo do dia no Palácio da Alvorada. Às 9h, ele se encontra com o ministro das Cidades, Jader Filho. Às 10h30, recebe a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck. No período da tarde, às 15h, tem reunião com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, seguida, às 16h, por um encontro com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira. Às 22h, o presidente parte para Casablanca.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de um evento das 9h às 10h, uma mesa redonda organizada pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), com investidores estrangeiros sobre Inteligência Artificial (horário local). Em seguida, das 10h30 às 11h15, ele tem uma reunião bilateral com executivos da Amazon (hora local).
Brasil
10h – PMI de serviços (abril)
EUA
9h30 – Balança comercial (março)
17h30 – Estoques de petróleo (semanal)
Zona do Euro
5h – PMI de serviços (abril)
6h – Preços ao produtor (março)
INTERNACIONAL
Aproximação
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na segunda-feira (5) que o Brasil está bem posicionado no cenário global e defendeu uma maior aproximação com os Estados Unidos, independentemente de quem esteja na presidência. Durante a Conferência Global do Milken Institute, em Los Angeles, Haddad destacou as oportunidades de investimentos em infraestrutura e data centers no país, com incentivos fiscais previstos na reforma tributária. Ele também ressaltou o potencial da economia digital verde e o uso de energia limpa. Em reunião com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, Haddad iniciou negociações sobre tarifas americanas impostas à América do Sul.
Desmentido
A Casa Branca negou uma afirmação feita por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sobre supostas tratativas com o governo dos EUA para impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes. Em nota oficial, a Embaixada americana esclareceu que não há qualquer diálogo nesse sentido. Segundo o comunicado, uma delegação liderada por David Gamble, do Departamento de Estado, chegou a Brasília na segunda-feira (5). A visita ocorre a convite do governo Lula. O objetivo, de acordo com os EUA, é tratar de temas como combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas.
Novas tarifas
A indústria do entretenimento reagiu com apreensão após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar tarifas de 100% sobre filmes produzidos fora dos EUA. A medida, ainda sem detalhes claros, pode afetar lançamentos em streaming e cinemas, além de gerar incerteza sobre coproduções. Estúdios e analistas temem impacto nos custos e possíveis tarifas retaliatórias de outros países. Ações de empresas como Netflix e Disney caíram após o anúncio. Países como Austrália e Reino Unido já se mobilizam para proteger suas indústrias locais. A implementação das tarifas enfrenta obstáculos logísticos e legais, além do risco de desestabilizar o setor global.
Saída ilegal
Exportadores chineses estão usando países terceiros para esconder a origem real de seus produtos e evitar tarifas impostas pelos EUA. Anúncios em redes sociais como o Xiaohongshu oferecem “lavagem de origem” via Malásia e Vietnã. A prática é ilegal e preocupa governos da Ásia, como Coreia do Sul e Tailândia, que já encontraram certificados falsos. Empresas de logística ajudam a trocar etiquetas e documentos para facilitar o processo. Pequenos fabricantes chineses veem a estratégia como única saída para manter acesso ao mercado americano. Autoridades malaias prometeram investigar as denúncias. Washington monitora possíveis violações.
Alemanha
O conservador Friedrich Merz não obteve a maioria necessária para se tornar o novo chanceler da Alemanha, em substituição a Olaf Scholz. Merz precisava de pelo menos 316 votos para se tornar chanceler e apenas 310 membros do parlamento votaram a seu favor.
ECONOMIA
Petróleo
A produção de petróleo do Brasil alcançou 3,621 milhões de barris por dia em março, com alta de 3,8% em relação a fevereiro e de 7,9% na comparação anual. Segundo a ANP, o avanço foi impulsionado pelo desempenho recorde da extração no pré-sal. A produção de gás natural também cresceu, atingindo 165,53 milhões de metros cúbicos por dia — aumento de 4,3% frente a fevereiro e de 15% em relação ao mesmo mês de 2024. A produção total de petróleo e gás chegou a 4,662 milhões de barris de óleo equivalente por dia. No pré-sal, a produção foi de 3,716 milhões de boe/d, novo recorde mensal, com alta de 5,2% em relação ao mês anterior e de 10,9% na comparação anual.
POLÍTICA
Nova ministra
Márcia Lopes foi nomeada nesta segunda-feira (5) como nova ministra das Mulheres, substituindo Cida Gonçalves após mais de dois anos no cargo. A troca, já prevista nos bastidores, ocorre em meio a um esforço do presidente Lula para reorganizar o núcleo político do governo, após também substituir o ministro da Previdência. Márcia, com histórico no PT e ligação com movimentos sociais, assume com a missão de fortalecer a articulação da pasta, especialmente junto ao Congresso. A mudança quer reforçar a coesão da base lulista diante de cobranças internas e crises recentes.
Pronunciamentos
Cida Gonçalves afirmou que a troca na chefia da pasta não foi por incompetência ou questões pessoais, mas por uma mudança de rumo. Ela explicou que, após um período de limitações, uma nova perspectiva era necessária. Cida, com perfil de gestora, negou que a questão do assédio moral tenha sido um fator em sua demissão, destacando que o processo foi arquivado pela Comissão de Ética. A nova ministra, Márcia Lopes, afirmou que dará continuidade ao trabalho de Cida e se comprometeu a atuar com escuta e diálogo. Ela também enfatizou que o presidente Lula deseja que as mulheres estejam mais protegidas e satisfeitas.
Menos custos
O Brasil, no contexto da guerra comercial iniciada por Donald Trump, propõe discutir, dentro do Brics, a criação de um sistema para reduzir os custos nas transações internacionais, atualmente dominadas pelo dólar. O governo brasileiro defende a implementação de tecnologias como blockchain para melhorar a eficiência dos pagamentos entre os países membros do bloco. Embora a ideia não busque substituir o dólar ou afrontar Trump, ela ganha relevância com o aumento do número de países no Brics e as tarifas impostas pelos EUA. O presidente Lula levará essa questão para suas visitas à China e Rússia neste mês.
INSS
O governo federal quer que as entidades responsáveis por descontos indevidos em aposentadorias e pensões sejam obrigadas a ressarcir os beneficiários prejudicados. A medida integra um plano do INSS, elaborado com apoio da AGU e da Dataprev, em resposta à Operação Sem Desconto, que identificou desvios de até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. O plano prevê que o governo cobre inicialmente as entidades e, se houver resistência, pague os aposentados diretamente para depois buscar os valores na Justiça. O projeto também inclui a criação de um canal direto para que beneficiários solicitem o ressarcimento sem intermediários. A proposta está em fase final e será enviada ao Palácio do Planalto nos próximos dias.
CPMI do INSS
Parlamentares devem protocolar nesta terça-feira (6) o pedido de criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar fraudes bilionárias no INSS. O requerimento já conta com 211 assinaturas – 182 de deputados e 29 de senadores. A CPMI precisa ser lida em sessão do Congresso pelo presidente Davi Alcolumbre para ser instalada. Paralelamente, uma CPI foi proposta na Câmara, mas enfrenta fila de outras 11 comissões pendentes.
Imposto de Renda
A Câmara dos Deputados instalará nesta terça-feira (6) a Comissão Especial que analisará o PL 1087/2025, que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. A proposta, relatada por Arthur Lira (PP-AL), também cria uma alíquota de 10% sobre lucros e dividendos acima de R$ 50 mil mensais, incluindo remessas ao exterior. O texto prevê descontos graduais entre R$ 5 mil e R$ 7 mil e redutores para evitar bitributação, com tetos de alíquota de até 45% para bancos. A votação está prevista para o segundo semestre.
Imposto de Renda 2
O presidente da Câmara, Hugo Motta, afirmou que o Congresso aprovará a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, desde que haja compensações fiscais. Ele sugeriu aumento de taxas para bancos e empresas como alternativa.
Ato por anistia
O ato convocado para esta quarta-feira, 7, por Jair Bolsonaro (PL), em Brasília, terá parte da Esplanada dos Ministérios fechada e um bloqueio policial na frente do Congresso Nacional.
O ato desta quarta será a primeira vez em que manifestantes bolsonaristas se reúnem em Brasília desde os atos de 8 de Janeiro. A manifestação busca pressionar o Congresso Nacional a votar o projeto de anistia aos condenados pela depredação, o qual contém brechas que podem beneficiar o próprio ex-presidente.
(Com Reuters e Estadão)
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Fonte: InfoMoney