Os preços do petróleo intensificaram a queda nesta segunda-feira (23), com os investidores minimizando o risco ao fornecimento de petróleo do Oriente Médio, mesmo após o Irã ter disparado mísseis contra uma base aérea americana no Catar, em retaliação aos ataques do fim de semana contra seu programa nuclear.
O petróleo bruto americano WTI caía 5,25%, para US$ 69,96 por barril às 14h22 (horário de Brasília). O petróleo de referência global Brent também recuava 5,25%, para US$ 72,97.
O movimento contraditório ocorre uma vez que as apostas são de que os ataques retaliatórios do Irã às bases americanas no Catar não desencadearão uma ruptura mais ampla, sendo apenas uma resposta que era muito esperada do Irã aos EUA nos últimos dias – e ela não foi tão extensa quanto temido.
O ataque com mísseis do Irã a uma base aérea americana também não causou vítimas, aumentando a esperança entre os investidores de que possa haver uma maneira de apaziguar o conflito.
As Forças Armadas do Irã informaram que lançaram um ataque com mísseis à Base Aérea de Al-Udeid, no Catar, onde as forças americanas estão instaladas. A Casa Branca e o Departamento de Defesa estavam monitorando de perto as potenciais ameaças à Base Aérea de Al-Udeid, disse um alto funcionário da Casa Branca à NBC News na tarde de segunda-feira.
Ambos os índices de referência estavam bem abaixo das máximas registradas durante a noite, após os EUA bombardearem três importantes instalações nucleares no Irã no fim de semana. O Brent subiu mais de 5% na noite de domingo, atingindo US$ 81, antes de recuar. O WTI também atingiu seus níveis mais altos desde janeiro, antes de recuar.
“O mercado está precificando um cenário em que as coisas se acalmem gradualmente”, disse Jorge Leon, chefe de análise geopolítica da Rystad Energy, ao programa “Worldwide Exchange” da CNBC na segunda-feira.
“O preocupante é que o outro cenário extremo, em que há uma ameaça de fechamento do Estreito de Ormuz, ainda é realista”, disse Leon. “As coisas podem piorar muito, muito rapidamente.”
No início do dia, exigiu que “todos” mantivessem os preços do petróleo mais baixos. Não estava claro a quem ele se dirigia, embora provavelmente estivesse pedindo à indústria petrolífera dos EUA que aumentasse a produção.
O Oriente Médio é responsável por cerca de um terço da produção global de petróleo bruto, mas ainda não houve sinais de interrupção nos fluxos físicos de petróleo, incluindo os de cargas que passam pelo ponto de estrangulamento do Estreito de Ormuz. Desde o início dos ataques de Israel, há indícios de que os embarques de petróleo iraniano do Golfo aumentaram, em vez de diminuir.
(com agências internacionais)
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Fonte: InfoMoney