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Peter Turkson: cardeal de Gana pode ser o 1º Papa negro e africano da história moderna

Com a morte do Papa Francisco, nesta segunda-feira, a Igreja Católica dará início nas próximas semanas ao processo de escolha de seu novo líder, o ritual conhecido como conclave. Entre os nomes cotados para assumir o pontificado está o do cardeal ganês Peter Turkson.

Caso seja escolhido, Turkson será o primeiro Pontífice negro e africano da história moderna. Há registros apenas de três papas do continente durante o início do primeiro milênio, que se acredita que eram negros. Mas desde então nenhum cardeal da África foi eleito para o cargo.

Turkson, de 76 anos, é arcebispo emérito de Costa do Cabo, em Gana, país onde nasceu em 11 de outubro de 1948. O cardeal já se manifestou sobre questões como crise climática, direitos humanos, pobreza e justiça econômica, e muitos acreditam que ele daria continuidade a reformas mais progressistas iniciadas por Francisco, caso seja escolhido.

Porém, o ganês também tem posicionamentos mais tradicionais sobre sacerdócio, aborto, casamento e homossexualidade. Ainda assim, durante o pontificado de Francisco, Turkson se mostrou mais flexível em relação a questões LGBTQIAP+, tendo argumentado que as leis em países africanos que criminalizam a homossexualidade seriam muito severas.

O cardeal realizou seus estudos em Roma no Pontifício Instituto Bíblico e no Seminário St. Anthony-on-Hudson, em Nova York, onde fez um mestrado em Teologia. Em 1992, foi nomeado arcebispo de Costa do Cabo. Também foi professor e é chanceler da Faculdade da Universidade Católica de Gana desde 2003.

Além disso, serviu como presidente da Conferência Episcopal Regional da África Ocidental (2007-2009), do Conselho Nacional da Paz de Gana (2006-2010) e do Pontifício Conselho Justiça e Paz, órgão da Cúria Romana responsável por ações de promoção da paz e da justiça social, em 2009 e 2013.

Foi nomeado cardeal ainda em 2003 pelo Papa João Paulo II. Participou de dois conclaves: o de 2005, que escolheu o Papa Bento XVI, e o de 2013, que elegeu o Papa Francisco. Em 2022, Francisco o nomeou chanceler da Pontifícia Academia das Ciências e da Pontifícia Academia das Ciências Sociais.

Desde a confirmação da morte de Francisco, o cardeal ganês surgiu como um dos nomes para sucedê-lo, especialmente entre os que têm expectativa de que a Igreja Católica escolha um primeiro Papa africano e negro da história moderna.

O conclave, ritual que decidirá o próximo Pontífice, terá início no prazo de 15 a 20 dias do falecimento de Francisco. O período é estabelecido para esperar a chegada de todos os cardeais eleitores que compõem o chamado Colégio Cardinalício.

Todos os membros do grupo são candidatos a assumir o pontificado, mas apenas aqueles abaixo de 80 anos podem votar. O Brasil tem 8 cardeais no Colégio, 7 votantes. Para ser escolhido, um nome precisa alcançar dois terços dos 135 cardeais com direito a voto.

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