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Pessimismo continua para ações do Banco do Brasil (BBAS3): XP e JPMorgan citam razões

7 de julho de 2025 - 15:00Agência do Banco do Brasil – 04/08/2022
(Foto: REUTERS)

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Desde a divulgação de resultados do primeiro trimestre de 2025 (2T25), em meados de maio, o mercado aumentou a desconfiança com as ações do Banco do Brasil (BBAS3) – e ela permanece.

Em relatório, a XP Investimentos apontou as suas estimativas para os resultados do 2T25, a serem divulgados no dia 13 de agosto, e revisou as perspectivas para o restante do ano para baixo.

Os analistas Bernardo Guttmann e Matheus Guimarães, que assinam o relatório, ressaltam que, após duas revisões para baixo das suas estimativas de lucro de curto prazo, existe a possibilidade de estarem bastante conservadores nas suas perspectivas para o Banco do Brasil.

“No entanto, embora seja possível alguma melhora inesperada nos resultados, a suspensão do guidance, combinada com uma deterioração nos dados recentes sobre a qualidade do crédito — em um nível pior do que o que poderia ser inferido das declarações da administração (por exemplo, durante a teleconferência sobre os resultados do 1T25) — nos leva a considerar a dinâmica de curto prazo do banco bastante desfavorável”, avalia a XP Investimentos.

A XP prevê outro trimestre decepcionante para o Banco do Brasil. O guidance para a carteira total de empréstimos, que ainda é válida, aponta para um crescimento entre 5,5% e 9,5% na base anual. No 1T, o BB apresentou um aumento de 12,5% ano a ano. Para o 2T, no entanto, espera uma desaceleração sequencial, encerrando o trimestre praticamente estável trimestre a trimestre, mas 8,0% acima do 2T24. Na frente de NII (receita líquida de juros), a restauração da liquidez combinada com a originação de crédito que já incorpora um cenário de taxas de juros mais altas deve resultar em um aumento de 2,4% trimestre a trimestre no NII.

Por mais um trimestre consecutivo, espera-se que o índice de inadimplência (NPL) seja impactado negativamente pelo setor agro, o que também deve levar a um aumento nas provisões.

Como resultado, a XP reduziu sua estimativa de lucro líquido para R$ 5,4 bilhões (ante R$ 6,4 bilhões em maio) e cortou sua expectativa para 2025 em 8%, para R$ 26,0 bilhões. Dadas essas revisões acentuadas para baixo, atualizou seu modelo e introduziu o preço-alvo para o final do ano de 2026. O preço-alvo — refletindo premissas mais conservadoras sobre a qualidade dos ativos, pagamentos de dividendos mais baixos para preservar o capital e as últimas perspectivas macroeconômicas — é de R$ 32 por ação, mantendo recomendação neutro para o ativo.

Sentimento negativo para o BB

Entre os investidores, a visão também segue de cautela para o BB, conforme destaca o JPMorgan após visita com gestores a São Paulo e Rio de Janeiro, que trouxe como tema o setor financeiro.

Algumas ações de banco são percebidas como caras, mas ainda notam um clima um pouco positivo no setor. Curiosamente, vê menos consenso entre os investidores, exceto pelo sentimento amplamente negativo em relação ao BBAS3. A visão é que poucos investidores estavam aumentando posição, enquanto a maioria está preocupada com a magnitude e duração do ciclo de piora do agronegócio.

Assim, o consenso é negativo para BB, o Bradesco é uma aposta com maior volatilidade, enquanto o Itaú (ITUB4) é visto como caro.

“A maioria dos investidores usa Bradesco como uma aposta beta [de volatilidade] para o Brasil – um feedback comum que também observamos na Europa, que pode se beneficiar de juros mais baixos e eleições. A perspectiva de curto prazo permanece favorável, o que facilita a decisão para alguns investidores. Os pessimistas ainda estão desconfortáveis com a história de longo prazo, especialmente com BBDC4 acima do valor patrimonial, o fato de que o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) de longo prazo pode ser limitado e também ouvimos preocupações sobre qualidade de ativos e provisões”, avaliam os analistas.

O Santander Brasil (SANB11) é visto como uma história semelhante ao do Bradesco, mas com momentum de curto prazo mais fraco (investidores preocupados com inadimplência em empréstimos para automóveis) e menor liquidez das ações, o que dificulta o caso para a maioria. Por outro lado, o risco de deslistagem foi um tema comum e percebido como suporte para a avaliação dos múltiplos.

“O único consenso que vimos foi para BBAS3, com a maioria dos investidores vendendo ou evitando a ação. Encontramos poucos otimistas, basicamente argumentando sobre o alto interesse short (com posição vendida) e múltiplo de 0,7 vez o preço sobre o valor patrimonial”, avalia.

O JPMorgan ressalta entre os investidores que, embora os otimistas fossem raros, não era incomum ouvir a pergunta “Quando é hora de comprar?”.

Na visão do banco americano, dado o comportamento da inadimplência de 15-90 dias, isso não deve ocorrer até o 2T25, que pode ser muito fraco, como já indicado nos números mensais de abril e provavelmente também será indicado nos números de maio (a serem divulgados no início de agosto).

“Embora BBAS3 deva se beneficiar historicamente como uma ação eleitoral, alguns investidores acreditam que BBDC4 é uma aposta ‘beta’ melhor desta vez. Por fim, recebemos menos perguntas sobre Itaú, mas no geral notamos opiniões divididas – alguns acreditam que a avaliação está esticada, enquanto outros ainda veem ITUB4 como um bom veículo para operar em ações brasileiras, inclusive em comparação ao caixa (alguns investidores mencionaram que estão reduzindo ITUB4 enquanto aumentam em BTG Pactual, BPAC11)”, avalia, citando ainda que a Itaúsa (ITSA4) foi mencionada em algumas reuniões como uma boa forma de investir em Itaú com múltiplos mais baratos.

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Fonte: InfoMoney

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