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Payroll: criação de emprego nos EUA em abril fica acima das expectativas do mercado

A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos desacelerou em abril, mas o indicador veio acima das expectativas do mercado. No mês passado, foram criados 177 mil postos de trabalho e o desemprego se manteve em 4,2%, aponta o relatório da situação de emprego do país, apelidado de Payroll, divulgado nesta sexta-feira, 2, pelo Escritório de Estatísticas do Trabalho.

Os economistas do mercado americano esperavam a criação de 133.000 empregos e manutenção do desemprego em 4,2%, segundo o Wall Street Journal. Em março, haviam sido criados 228.000 empregos no mês, e o desemprego também estava em 4,2%.

Efeitos das tarifas de Trump

O indicador ajuda a medir os efeitos das tarifas de importação impostas pelo presidente Donald Trump nos últimos meses.

Na quarta-feira, 30, os dados do produto interno bruto do 1º trimestre mostraram uma retração da economia. Nos três primeiros meses deste ano, os Estados Unidos tiveram retração de 0,3% no PIB, na taxa anualizada, segundo o Escritório de Análises Econômicas (BEA). É uma queda forte em relação ao final de 2024, quando o país havia crescido 2,4%.

“A queda no PIB real no primeiro trimestre reflete principalmente um aumento nas importações, que são uma subtração no cálculo do PIB, e uma queda nos gastos no governo”, disse o BEA, em comunicado.

Logo após tomar posse, Trump anunciou uma série de tarifas e medidas contra parceiros comerciais, o que gerou um cenário de incerteza no país. As primeiras medidas foram anunciadas pouco depois da posse, contra Canadá e México. Isso levou empresas a acelerarem importações, como forma de tentar se proteger sobre tarifas futuras.

Ao mesmo tempo, indicadores apontam que os consumidores estão menos confiantes para comprarem, dado o cenário incerto.

Em 2 de abril, Trump anunciou seu maior pacote de taxas. Quase todos os países foram atingidos, com uma tarifa mínima de 10% e taxas extras para diversos países. As cobranças extras, no entanto, foram adiadas até julho, com exceção da China. Há ainda outras tarifas sobre carros importados, aço, alumínio e outros itens.

O vaivém das tarifas gerou tensão no mercado, e as bolsas americanas tiveram quedas históricas nos últimos meses.

O presidente defende que as tarifas atrairão mais indústrias aos Estados Unidos e trarão benefícios a longo prazo, embora ele reconheça que a medida poderá gerar problemas na economia durante o que ele chamou de “período de transição”.

Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), as tarifas impostas por Trump vão frear o crescimento. No começo de abril, a entidade baixou a perspectiva de expansão do PIB dos EUA para 2025 de 2,7% para 1,8%.

O crescimento do PIB é um dos parâmetros usados pelo Fed (banco central americano) para definir as taxas de juros. Um maior esfriamento tende a estimular a entidade a baixar as taxas, hoje na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

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