A XP avalia que os medicamentos à base de GLP-1, classe à qual pertencem remédios populares como Ozempic, Wegovy, Saxenda e Mounjaro, devem continuar sendo um dos principais motores de crescimento de vendas nas redes de farmácias em 2025.

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O time de análise da corretora destaca que o início da comercialização de medicamentos como Wegovy (a partir de agosto de 2024) e Mounjaro (em 7 de junho), além da pré-venda antecipada desde meados de maio, tem contribuído para o avanço do SSS (vendas nas mesmas lojas) no primeiro semestre. Já o fornecimento do Ozempic segue limitado, com problemas de disponibilidade ainda em andamento.
A XP também ressalta que a exigência da Anvisa, a partir de 23 de junho, para retenção de receitas médicas na venda de agonistas de GLP-1 antecipou parte da demanda, com consumidores estocando medicamentos antes da nova regra entrar em vigor. De acordo com estimativas da Close-Up International, as vendas médias diárias de medicamentos GLP-1 aumentaram 15,5% em relação ao período anterior ao anúncio e 39% na comparação anual.
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Com base nesses dados e em premissas próprias, a XP Investimentos estima que os medicamentos GLP-1 podem adicionar entre 0,85 e 2 pontos percentuais ao SSS no trimestre. No entanto, cortes de preços de Wegovy e Ozempic a partir de junho podem reduzir esse ganho em cerca de 20 a 25 pontos-base, resultando em um impacto líquido estimado entre 0,6 e 1,8 p.p. no SSS.
Por outro lado, o relatório aponta que, embora esses medicamentos impulsionem as vendas, devem pressionar as margens. Como os medicamentos de prescrição já apresentam as menores margens brutas entre as categorias de farmácias — e os GLP-1 têm margens ainda mais reduzidas —, a XP estima que a cada 1 ponto percentual adicional de crescimento nas vendas, a margem bruta tende a cair cerca de 20 pontos-base.
Apesar disso, o impacto na margem Ebitda (Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, sobre Receita) pode ser neutro, devido ao alto valor dos produtos e à consequente alavancagem operacional. A corretora também alerta para um possível aumento nos furtos com a nova exigência de retenção de receitas, o que adiciona risco às margens.
Por fim, a XP destaca que o tema seguirá central para o setor em 2025 e 2026, com a continuidade das vendas de Wegovy e Mounjaro, possíveis ajustes de curto prazo na demanda após a nova exigência regulatória, e a perda de patente do Ozempic no Brasil em julho de 2026 — o que deve permitir a entrada de genéricos, melhorar o acesso e aliviar gargalos de oferta. Além disso, novas moléculas estão em desenvolvimento, como o CagriSema, da Novo Nordisk (com aprovação esperada para o 1T26), e a retatrutida, da Eli Lilly.
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Fonte: InfoMoney