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Óculos no lugar da tela: nova RA tenta sair do nicho e virar opção real para trabalhar em movimento

A startup Sightful, fundada por ex-funcionários da empresa de realidade aumentada Magic Leap, acredita que o futuro do computador portátil passa longe de uma tela tradicional. A empresa lançou o Spacetop, uma solução que combina óculos de realidade aumentada com um software que transforma o Windows 11 em um ambiente de trabalho imersivo.

A ideia já foi mais ambiciosa: no ano passado, o Spacetop era um “laptop sem tela”, com hardware próprio e sistema operacional exclusivo. Agora, o projeto virou um app que roda em PCs com Intel Core Ultra, exige ao menos 16 GB de RAM e usa óculos AR da Xreal, vendidos em conjunto por US$ 900 (cerca de R$ 4.500, em conversão direta). No lugar de monitores físicos, as janelas do computador aparecem em realidade aumentada na frente dos olhos do usuário.

Óculos no lugar da tela: nova RA tenta sair do nicho e virar opção real para trabalhar em movimento

Na prática, a proposta funciona, mas tem limitações. A tela virtual pode simular um monitor ultrawide ou múltiplas janelas lado a lado — útil para quem trabalha com programação ou edição, por exemplo. Mas a qualidade da experiência ainda está longe do ideal: os óculos Xreal Air 2 Ultra oferecem um campo de visão muito estreito, de apenas 52 graus, o que exige virar a cabeça constantemente para encontrar uma aba ou aplicativo.

Além disso, o uso prolongado gera desconforto. Mesmo quem já passa o dia em frente ao computador sente o cansaço visual chegar em poucas horas com o Spacetop. Em testes feitos pela reportagem da EXAME com o óculos, o ajuste de brilho foi possível com um clique, mas isso não resolve o incômodo de ter uma tela colada ao rosto.

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O lado positivo é a discrição. Diferente de headsets como o Vision Pro, da Apple, os óculos da Xreal são leves e menos chamativos. Em locais públicos, como aviões ou cafés, o Spacetop pode ser útil para quem quer mais espaço de trabalho digital sem chamar atenção. Ainda assim, o campo de visão limitado faz o usuário parecer que está seguindo uma mosca invisível com os olhos.

A experiência também é prejudicada por falhas no software: ao abrir uma imagem ou usar comandos como Ctrl+Alt+Delete, janelas podem surgir em locais aleatórios ou nem aparecer no ambiente virtual. O software ainda parece uma versão beta, com bugs que atrapalham a navegação e tornam a rotina mais difícil do que precisa ser.

Para Sightful, o futuro está nos “AI PCs”, computadores leves com chips otimizados para inteligência artificial e gráficos integrados. Modelos como o Dell XPS 2024 e o Asus Zenbook S14 estão entre os recomendados. Mas, para quem já tem um bom monitor e conforto em usar telas físicas, a transição ainda exige concessões demais.

Fonte: Exame

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