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Visto americano: o que pode fazer seu documento ser reprovado? Veja lista

Visto americano: o que pode fazer seu documento ser reprovado? Veja lista

O Brasil foi o 4° país que mais emitiu vistos americanos no primeiro trimestre de 2025, ficando atrás apenas de México (711,1 mil), Índia (388,5 mil) e China (285,9 mil). No entanto, a emissão de vistos para brasileiros registrou quedas de 19,1% comparado ao mesmo período do ano passado, com um total de 237,8 mil documentos.

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É o que indica um levantamento da Viva América obtido com exclusividade pelo InfoMoney. Os dados consideram as emissões de vistos imigratórios e não imigratórios (como os de turismo) pelo Departamento de Estado americano.

A queda se deve, em parte, à base forte de comparação, já que 2024 registrou o segundo maior volume de emissões de vistos para brasileiros na história, com 1.151.042 emissões, perdendo apenas para 2023, quando o governo americano autorizou 1.158.644 documentos para brasileiros.

Para quem procura vistos de não imigrante, como o de turismo (B1/B2), especialistas ouvidos pela reportagem frisam que o ponto essencial é provar que o solicitante não pretende ficar nos EUA. Ou, seja, é necessário comprovar vínculos fortes com o Brasil, relevantes o suficiente para que o agente de imigração entenda que você vai voltar.

Confira os principais fatores que levam à recusa de um visto não imigratório:

  • Falta de vínculos fortes com o Brasil – como emprego formal, empresa própria, matrícula em curso, imóveis, família próxima. Se o consulado achar que a pessoa pode simplesmente “sumir” nos EUA, é “não” na certa;
  • Renda incompatível com a viagem – se a conta não fecha (por exemplo, renda baixa e planos grandiosos de turismo), o visto pode ser negado;
  • Histórico migratório ruim – quem já ficou tempo demais em viagem anterior, foi deportado ou mentiu no passado, entra no radar vermelho;
  • Respostas inseguras ou inconsistentes na entrevista – o consulado quer clareza. Quem comenta mais (ou menos) do que o necessário, levanta suspeita;
  • Antecedentes criminais – quem já foi preso ou possui ficha criminal no Brasil tem quase 100% de negativa na solicitação de um visto.

George Cunha, advogado especializado em direito internacional, aponta mais algumas red flags importantes: pessoas jovens viajando sozinhas e análise de redes sociais. No primeiro caso, jovens na casa dos 20 ou 30 anos são pontos de atenção para o consulado, pois viajar sozinho pode significar falta de vínculos, além de busca por moradia fixa nos EUA.

“Outro ponto que os agentes estão levando muito em conta, é a questão das redes sociais. Por exemplo, a pessoa posta que vai para os EUA trabalhar e entra com o pedido de visto de turismo. O consulado verifica toda a vida da pessoa pelas redes sociais como o LinkedIn, Facebook e Instagram para tentar ligar pontos. Se encontrar inconsistências, a aprovação do visto pode ser reanalisada”, explica Cunha.

A comprovação de vínculos com o Brasil pode ser complicada para aqueles que trabalham no mercado digital, como influencers, ou até mesmo os profissionais em home office. Para evitar um cancelamento do visto, Flávio Braga, da Summmit Visa, comenta que mostrar contratos de serviços, documentos alegando a necessidade de comparecer em reuniões presenciais ou a necessidade de estar no Brasil podem ajudar.

“Para quem trabalha com marketing digital, por exemplo, é importante mostrar sua notoriedade e dizer que o seu público está no Brasil. Por mais que você faça algo online, seus contratos de patrocínio, seus contratos que você tem, são todos Brasil. É muito importante ser destacado para que fique claro a sua intenção apenas de fazer uma visita”, indica Braga.

Já nos casos dos vistos de imigrante, o cenário é outro: o governo quer saber se a pessoa realmente tem direito ao Green Card com base na categoria escolhida (trabalho, família, investimento, etc.). Veja fatores que reprovam o documento de imigrante:

  • Documentação incompleta ou errada;
  • Escolha errada de categoria;
  • Antecedentes criminais;
  • Fundos de investimento ilícitos (nos vistos de investidor);
  • Questões legais ou migratórias dentro do Brasil.

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O que esperar para 2025?

O CEO da Viva América, Rodrigo Costa, espera uma normalização no volume em 2025. “Mesmo assim, os números permanecem elevados, superando os volumes pré-pandemia e os de 2022, o que comprova que o interesse do brasileiro pelos EUA segue forte”, comenta Costa.

É importante lembrar que, neste ano, Donald Trump assumiu novamente a presidência dos Estados Unidos e as leis de imigração ficaram mais rigorosas, assim como as análises de vistos. Por outro lado, especialistas vêm observando agilidade na aprovação de determinados tipos de visto.

“Os processos de Green Card EB1 (de habilidades extraordinárias) e EB2 (profissionais de destaque), principalmente, mas também o EB3 (trabalhadores com emprego nos EUA) solicitados por brasileiros têm sido aprovados com rapidez e em massa. Já os vistos de imigração temporária e até mesmo o de turismo, venho percebendo um aumento substancial de negativas”, comenta Flavio Braga, especialista em Imigração e diretor da Summit Visa.

O mesmo estudo mostra que, durante os meses de janeiro, fevereiro e março, os vistos EB-1 e EB-2, destinados a profissionais acima da média, registraram 525 emissões para brasileiros – um aumento de 6,7% sobre o mesmo período de 2024.

Por sua vez, vistos de turismo (B1/B2), que no ano passado registraram, em média, 90 mil emissões por mês, tiveram um primeiro trimestre fraco em 2025. No período, foram 226.051 documentos, o que equivale a aproximadamente 75,3 mil aprovações por mês. Apesar da queda, esse segue como o tipo de documento mais emitido do ano: corresponde a 95% do total de emissões.

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Os tipos de vistos americanos

Para quem busca um visto americano em 2025, não é necessário se preocupar com os dados brutos. George Cunha, titular do escritório Advocacia Internacional George Cunha, afirma que há certos requisitos e atitudes que podem te ajudar a ser aprovado na análise, seja ela para um visto imigratório ou não.

No entanto, é essencial saber as diferenças entre um visto não imigratório, imigratório e um Green Card. O visto é um documento emitido pelo consulado americano que permite que a entrada nos EUA, mas a diferença, como o próprio nome sugere, é se a pessoa deseja morar no país (imigratório) ou não (não imigratório).

Já o Green Card é um comprovante oficial de residência permanente legal e será recebido pelos que optaram pelo visto imigratório. Esse documento pode ser concedido àqueles que desejam morar por alguns meses ou anos nos EUA, ou àqueles que desejam se estabelecer no país.

Marcelo Godke, especialista em Direito Internacional Empresarial e sócio do Godke Advogados, frisa que os fatores que mais reprovam no visto americano são diferentes em cada categoria.

Hoje, há mais de 180 categorias de visto, mas a maior parte das pessoas se encaixa em cerca de uma dúzia delas.

Leia mais aqui: Visto Americano: são mais de 180 tipos; conheça os principais deles

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Fonte: InfoMoney

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