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Novo telescópio europeu vigiará asteroides que ameaçam a Terra

A Agência Espacial Europeia (ESA) inaugurou o seu mais novo defensor planetário: o Telescópio Flyeye. O instrumento será responsável por escanear os céus em busca de asteroides e cometas que estejam próximos demais da Terra e possam impactar o planeta.

“Estamos trabalhando para garantir que a Europa tenha a capacidade de detectar asteroides perigosos maiores que aproximadamente 40 m algumas semanas antes de um possível impacto”, disse Holger Krag, chefe do programa de Segurança Espacial da ESA, em um comunicado.

O Flyeye é o primeiro de quatro telescópios que trabalharão unidos para identificar os chamados Objetos Próximos da Terra (NEOs). Ao detectar um corpo espacial suspeito, um software especializado irá processar as imagens e depois as observações serão analisadas por astrônomos. 

Caso o perigo seja confirmado, a equipe emitirá um alerta para o Centro de Planetas Menores, onde um grupo fará estudos aprofundados para entender o objeto espacial e sua chance de colisão.

“Quanto mais cedo avistarmos asteroides potencialmente perigosos, mais tempo teremos para avaliá-los e, se necessário, preparar uma resposta”, afirmou Richard Moissl, Chefe do Gabinete de Defesa Planetária da ESA.

Novo telescópio europeu vigiará asteroides que ameaçam a Terra
Imagens do asteroide 2025 KQ pelo Flyeye. Elas demonstram a capacidade do telescópio de realizar observações rápidas e acompanhar objetos próximos à Terra. (Imagem: ESA)

Telescópio tem “olhos de mosca”

Flyeye — “olho de mosca” em tradução livre — tem como inspiração os olhos compostos dos insetos. Sua estrutura conta com um espelho primário de um metro que captura a luz incidente. Depois, essa luz é separada em 16 canais diferentes, cada um com uma câmera capaz de detectar pequenos objetos, como se fossem os diversos globos oculares de uma mosca.

Esse design óptico otimizado permite ao telescópio realizar grandes levantamentos do céu noturno, ao mesmo tempo que mantém a qualidade de imagem. O novo equipamento irá captar uma região do céu mais de 200 vezes maior que a Lua cheia em uma única exposição — muito além do que um telescópio convencional, segundo a ESA.

“O campo de visão extremamente amplo dos telescópios Flyeye nos permitirá escanear o céu noturno em busca de objetos interessantes ou perigosos muito mais rápido do que antes”, disse Moissl.

Imagem da Galáxia de Andromeda captada pelo Flyeye
Imagem da Galáxia de Andromeda captada pelo Flyeye. (Imagem: ESA)

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Flyeye trabalhará em grupo

No decorrer das operações, o Flyeye será otimizado para considerar fatores como o brilho lunar e o trabalho de outros equipamentos de pesquisa. As observações de telescópios como o ATLAS, financiado pela NASA, o Zwicky Transient Facility e o futuro Telescópio Vera Rubin, serão levadas em conta pelo novo instrumento.

Além das parcerias, novos equipamentos do mesmo modelo serão inaugurados. “No futuro, uma rede de até quatro telescópios Flyeye distribuídos pelos hemisférios norte e sul trabalharão em conjunto para melhorar ainda mais a velocidade e a integralidade desses levantamentos automáticos do céu”, afirmou Ernesto Doelling, gerente do projeto Flyeye.

O novo instrumento foi desenvolvido em parceria com a OHB Itália — empresa especializada em desenvolver sistemas espaciais completos, como satélites e telescópios. Suas imagens de teste, divulgadas pela agência, foram tiradas acima das colinas de pedra de Matera, no sudeste italiano.

Logo o novo equipamento deixará o Centro de Geodésia Espacial da Agência Espacial Italiana (ASI), onde está agora, e será instalado no Monte Mufara, na Sicília. Lá, ele se juntará ao esforço global para proteger a Terra, vigiando o céu noturno em busca de objetos perigosamente próximos.

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Fonte: Olhar Digital

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