Um estudo inédito mapeou em detalhe os eventos moleculares iniciais que levam à formação das placas de beta-amiloide associadas à doença de Alzheimer, oferecendo um novo alvo para tratamento.
Publicado revista Science Advances, a pesquisa foi conduzida por cientistas do Instituto Wellcome Sanger, do Centro de Regulação Genômica (CRG) e do Instituto de Bioengenharia da Catalunha (IBEC).
Eles analisaram mais de 140 mil variações do peptídeo Aβ42, conhecido por formar agregados tóxicos no cérebro de pacientes com Alzheimer.

Detalhes do estudo
- Usando técnicas de genômica em larga escala, células de levedura modificadas e modelos de aprendizado de máquina, os pesquisadores identificaram quais mutações aceleram a formação das chamadas fibrilas amiloides.
- Essas estruturas são a base das placas características da doença.
- A pesquisa revelou que a agregação da Aβ42 começa na extremidade C-terminal da molécula, uma região hidrofóbica crítica.
- Bloquear essa área pode impedir o início do processo patológico, abrindo caminho para novas terapias preventivas.
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Futuro promissor para novos tratamentos
Este é o primeiro mapa molecular detalhado das transições de alta energia da proteína beta-amiloide — etapas até então difíceis de estudar — e pode ser aplicado a outras doenças neurodegenerativas no futuro.
“A abordagem que utilizamos neste estudo abre caminho para revelar as estruturas de outros estados de transição proteicos, incluindo aqueles implicados em outras doenças neurodegenerativas”, disse o professor Ben Lehner, coautor sênior do estudo.
“A escala em que analisamos os peptídeos amiloides foi sem precedentes – é algo inédito e demonstramos que se trata de um novo método poderoso a ser desenvolvido. Esperamos que isso nos aproxime um pouco mais do desenvolvimento de tratamentos contra a doença de Alzheimer e outras condições neurodegenerativas”, concluiu Lehner.

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Fonte: Olhar Digital