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Nossa Lua já teve um passado infernal como a superlua vulcânica de Júpiter

Quando olhamos para o céu noturno durante a Lua Cheia, vemos uma esfera branca e brilhante, com algumas imperfeições em sua superfície. Mas saiba que, se você estivesse aqui há cerca de 4,5 bilhões de anos, o cenário seria bem diferente.

Um estudo publicado na revista Nature no fim do ano passado comparou a nossa Lua com Io, a superlua vulcânica de Júpiter. Esta semana, Francis Nimmo, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, deu mais detalhes sobre a descoberta em entrevista ao Space.com.

Nosso planeta e a Lua se formaram juntos. A colisão da Terra em formação com outro objeto do tamanho de Marte resultou na criação dos corpos celestes que conhecemos hoje.

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Por um período, tanto a Terra quanto a Lua se liquefizeram. Antes que o material derretido se cristalizasse por completo e a gravidade do Sol puxasse a Lua para sua posição atual, o astro era um deserto infernal com rios de lava.

Naquele período, a órbita da Lua também variava bastante, o que resultou em muita agitação em seu interior, movimentando o magma da superfície. A pesquisa sugere que essa agitação cobriu todas as crateras da Lua com magma há 4,35 bilhões de anos, redefinindo a superfície lunar e indicando que todas as crateras que vemos hoje surgiram depois disso.

Nossa Lua já teve um passado infernal como a superlua vulcânica de Júpiter
Cratera na Lua (Crédito da imagem: NASA/GSFC/Universidade Estadual do Arizona)

Esse mineral pode indicar a idade da Lua

Isso significa que quase todo o material que coletamos na superfície lunar é muito mais recente do que a formação do astro em si. Mas, então, como podemos descobrir a idade da Lua? A resposta pode estar nos zircões.

Os zircões são minerais de silicato encontrados no interior de rochas tanto na Terra quanto na Lua e estão entre os objetos mais antigos do Sistema Solar. “Zircões são muito resistentes”, disse Nimmo. “É preciso muita coisa para destruir um zircão depois de formado.” Derreter a superfície lunar por meio de vulcanismo extensivo é uma maneira de repor os zircões.

No entanto, medi-los também não é fácil. Os zircões coletados na Lua durante o programa Apollo só puderam ter sua idade medida nas últimas décadas, pois exigem um nível de precisão altamente avançado. Já as rochas lunares comuns são mais fáceis de analisar, mas possuem uma variedade maior de idades.

A lava da Lua era diferente da Terra

Esse período vulcânico da Lua a tornou parecida com Io, a lua vulcânica de Júpiter. Naquela época, a atividade vulcânica reinava por lá, mas de uma forma diferente da que vemos na Terra.

Na Terra, o material vulcânico é rico em silicato, o que engrossa a lava e permite que ela se acumule em enormes montanhas. Na Lua, a lava era provavelmente mais fluida, infiltrando-se pela crosta e espalhando-se lateralmente, em vez de se acumular. “Certamente houve muito vulcanismo, mas não produziu os vulcões com os quais estamos familiarizados”, disse Nimmo.

8 de maio de 2025 - 14:43
Imagem Io, a lua de Júpiter, feita pela sonda espacial Galileo da NASA / Crédito: NASA / JPL / University of Arizona / 1999 (reprodução)

Naquele período, a Terra também estava muito mais próxima da Lua do que hoje, o que significa que o astro parecia pelo menos duas vezes maior no céu. “Você veria fluxos de lava incandescente por todo lado e talvez uma ou outra erupção vulcânica”, disse Nimmo. Esse evento durou alguns milhares de anos.

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Fonte: Olhar Digital

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