O navio Morning Midas, que pegou fogo no Oceano Pacífico no início deste mês, afundou. A embarcação foi abandonada no meio do Oceano Pacífico — a cerca de 580 quilômetros da costa — após um incêndio. Ela transportava cerca de 3 mil veículos, dos quais aproximadamente 800 eram elétricos.
Os danos causados pelo incêndio foram agravados por condições climáticas severas, o que fez com que o navio começasse a embarcar água e, por fim, afundasse na segunda-feira, dia 23, informou a empresa gestora da embarcação, Zodiac Maritime, em comunicado divulgado nesta terça-feira.
Segundo a Zodiac, quando o incidente ocorreu, foi inicialmente observado fumaça saindo de um dos conveses que transportava veículos elétricos. Imediatamente, a tripulação iniciou os procedimentos de combate ao incêndio, mas as chamas não puderam ser controladas, acrescentou a empresa. A Guarda Costeira dos Estados Unidos retirou todos os 22 tripulantes da embarcação, transferindo-os para um navio mercante próximo.
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A grande distância do navio em relação à costa — ele afundou em uma área do oceano com cerca de 5 mil metros de profundidade — também dificultou uma resposta rápida. O segundo de três navios especializados que estavam programados para prestar assistência só chegou ao local em 15 de junho, mais de uma semana após o início do incêndio.
O navio transportava carros de diversas montadoras, incluindo Chery Automobile e Great Wall Motor, com destino ao México, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
O navio partiu do porto chinês de Yantai em 26 de maio, segundo dados de rastreamento de embarcações compilados pela Bloomberg. Antes disso, fez escala em outros dois portos do país: Nansha, no Sul, e Xangai.
Novo risco para indústria de transporte marítimo
A demanda por baterias de íons de lítio, inclusive em EVs, está trazendo um novo risco para a indústria global de transporte marítimo, especialmente considerando o valor dos veículos a bordo dos maiores navios transportadores de automóveis, segundo um relatório divulgado no mês passado pela gigante de seguros Allianz.
Embora esses navios transportem milhares de veículos de uma só vez pelos oceanos do mundo, alguns incêndios significativos despertaram preocupações sobre esse tipo de transporte. Esses incidentes podem ter grandes repercussões para montadoras, proprietários de navios e empresas de seguros.
Incêndios envolvendo veículos elétricos costumam ser mais difíceis de apagar e mais perigosos de combater. As condições de um navio cargueiro lotado de carros oferecem ventilação limitada, o que pode intensificar rapidamente o calor. O ambiente confinado e revestido de aço torna a supressão do fogo e os resgates significativamente mais perigosos.
Além disso, quando um veículo elétrico pega fogo, o incêndio dura mais tempo e atinge temperaturas mais altas. As chamas podem acabar se espalhando rapidamente por meio de reações em cadeia e saírem do controle, em um processo conhecido como fuga térmica (thermal runaway). Incêndios em veículos elétricos podem exigir até 30 mil litros de água para resfriar as baterias de íons de lítio.
Em 2022, um navio transportando cerca de 4 mil veículos pegou fogo no Atlântico e acabou afundando, apesar dos esforços para rebocá-lo até um local seguro. Um ano depois, outro navio com quase 3 mil carros a bordo pegou fogo próximo à costa holandesa.
Os proprietários de navios têm tomado medidas para tentar gerenciar os riscos de segurança envolvidos no transporte de veículos elétricos. No ano passado, um importante grupo de segurança publicou diretrizes sobre como lidar com incêndios a bordo dessas embarcações.
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Fonte: InfoMoney