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Não faz sentido os EUA quererem agora fabricar camiseta branca, diz CIO da XP

Não faz sentido os EUA quererem agora fabricar camiseta branca, diz CIO da XP

Na era da inteligência artificial e dos robôs humanoides correndo em fábricas na China, um dos maiores desafios do nosso tempo já está colocado: o que será dos empregos daqui a 20 anos? A pergunta foi lançada por Artur Wichmann, CIO da XP, no programa Stock Pickers, em uma conversa que começou tratando do momento da bolsa americana, mas logo mergulhou em uma reflexão profunda sobre o futuro do trabalho, as limitações da automação e o papel das políticas públicas diante das transformações tecnológicas.

Wichmann foi o convidado dos apresentadores Lucas Collazo e Henrique Esteter no Stock Pickers.

Fábrica sem pessoas

Wichmann contou a experiência de visitar uma das maiores fábricas de papel do mundo, na Áustria, onde se surpreendeu ao não encontrar uma única pessoa trabalhando no local. “Era uma máquina rolando, num galpão do tamanho de vários campos de futebol. Sem ninguém”, relatou. A imagem serve como metáfora para o avanço tecnológico atual: fábricas automatizadas, produção cada vez mais eficiente — e menos empregos.

A discussão logo avançou para a diferença entre trabalhos automatizáveis e os que ainda dependem de empatia e contato humano. “Um robô pode substituir um radiologista, mas não um cuidador de idosos”, afirmou. Wichmann citou estudos que mostram que atividades cognitivas e repetitivas — como contabilidade ou radiologia — já apresentam baixa demanda, enquanto o setor de serviços, onde a interação humana é essencial, tende a continuar crescendo.

Dilema do futuro

Ao ser questionado se o movimento dos EUA de trazer fábricas de volta para o território nacional — algo impulsionado por políticas do presidente Donald Trump — poderia ser uma forma de mitigar o desemprego causado pela automação, Wichmann foi direto: “Não faz sentido trazer uma fábrica de camiseta branca para os Estados Unidos”. Segundo ele, com recursos energéticos limitados, a prioridade deve ser investir em setores onde o trabalho humano ainda é necessário.

A crítica à ideia de reindustrialização massiva baseada em fábricas tradicionais foi acompanhada de uma reflexão mais ampla: o desafio global não está apenas em gerar empregos, mas em preparar a população para os novos tipos de trabalho. “A gente precisa resolver um problema como sociedade: quais serão os empregos do futuro?”, alertou. “Se errarmos agora, podemos comprometer uma geração inteira”.

A urgência de uma nova educação

Com uma estimativa de 3 bilhões de pessoas passando por sistemas formais de educação até 2040, Wichmann destacou a necessidade de repensar completamente o ensino. “O que ensinar para quem vai entrar no mercado de trabalho daqui a 20 anos”, questionou. Se a resposta for errada, os impactos podem ser devastadores. Ele lembrou que já vivemos um “desemprego tecnológico” em setores como o industrial, e que o tempo para corrigir o curso está acabando.

A conversa, que começou por fábricas automatizadas, terminou com um olhar para a história: a humanidade já substituiu o trabalho agrícola pelo industrial, e depois pelo setor de serviços. “Sempre surgiram novas atividades”, disse o CIO da XP.

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