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Musk de volta: bilionário voltará atenções para Marte e carros autônomos

Um grande apagão no X, ocorrido na última quinta-feira (22), marcou, simbolicamente, o fim da intensa e controversa incursão política de Elon Musk.

Em meio a problemas técnicos e críticas públicas, o bilionário anunciou que está, oficialmente, deixando a política para se dedicar, integralmente, às suas empresas Tesla, SpaceX e à startup de inteligência artificial (IA) xAI.

Musk de volta: bilionário voltará atenções para Marte e carros autônomos
Parece que a lua de mel entre o bilionário e o presidente Donald Trump chegou ao fim (Imagem: Joshua Sukoff/Shutterstock)

“Devo estar super focado no X/xAI e Tesla (além do lançamento do Starship na próxima semana), pois estamos lançando tecnologias críticas“, afirmou Musk, em postagem na própria rede social. “Como evidenciado pelos problemas de estabilidade do X nesta semana, grandes melhorias operacionais precisam ser feitas. A redundância de failover deveria ter funcionado, mas não funcionou“, completou.

O episódio do apagão, causado por um incêndio em um data center da empresa em Hillsboro, Oregon (EUA) — ainda que as autoridades não tenham confirmado a ligação direta com a falha —, reforçou a urgência do retorno de Musk às suas funções principais.

Segundo informações trazidas pelo Grok, a IA do próprio X, “o problema está relacionado à infraestrutura e não há evidência de que funcionários com visto H-1B estejam envolvidos”, em resposta a ataques xenofóbicos que circularam online após o ocorrido.

Musk: bye bye, Trump; hello, “família X”!

  • Essa guinada na vida de Musk vem na esteira de um ano turbulento de envolvimento político. Em 2024, ele se destacou como um dos maiores financiadores da campanha de Donald Trump, chegando a investir, pelo menos, US$ 288 milhões (R$ 1,62 bilhão, na conversão direta) nas eleições;
  • Criou, ainda, o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), responsável por cortes agressivos e demissões em massa no governo federal, ação que provocou protestos ao redor do mundo e episódios de violência em instalações da Tesla;
  • “O envolvimento com a política me custou muito”, teria admitido Musk em conversas privadas, de acordo com fontes próximas ouvidas pelo The Washington Post;
  • Ele também expressou preocupações com a segurança de sua família e frustração com os resultados modestos de seus esforços;
  • Apesar de almejar economia de US$ 2 trilhões (R$ 11,29 bilhões) para o orçamento federal, o próprio Musk revisou sua estimativa para apenas US$ 160 bilhões (R$ 903,47 bilhões) em 2026 — valor ofuscado pelo pacote legislativo de Trump, que deve adicionar US$ 2,4 trilhões (R$ 13,55 trilhões) à dívida nacional.

Política em Washington não é mais uma atividade de alto retorno”, disse uma das fontes ligadas ao bilionário. “Agora que ganhamos um pouco de tempo, vamos voltar ao plano de ir para Marte.” Esse retorno ao “core-business” envolve missões audaciosas. Na Tesla, Musk prepara o lançamento de um veículo autônomo completo para junho, usando, como base, o Model Y.

O projeto Cybercab — carro sem volante e pedais, descrito como um “lounge sobre rodas” de US$ 30 mil (R$ 169,4 mil) — também está no horizonte. No entanto, as polêmicas políticas já cobraram um preço: a montadora viu seus lucros despencarem 71% no primeiro trimestre de 2025 e sua imagem pública sofreu abalos severos.

“Ele finge que o problema é sua ausência na Tesla, mas somos nós que estamos lutando contra a tempestade que ele mesmo criou”, afirmou Matthew LaBrot, ex-funcionário da Tesla demitido após criar um site pedindo a renúncia de Musk da empresa.

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Na SpaceX, o foco está voltado ao lançamento do Starship, o maior e mais potente foguete já construído. Depois de dois testes fracassados, Musk planeja visitar o Starbase, no Texas (EUA), para apresentar “o plano de Marte”.

O objetivo: enviar uma frota de naves não tripuladas ao planeta vermelho em 2026, como parte de sua ambição de colonização marciana. Antes disso, a empresa ainda precisa provar que pode abastecer naves no Espaço — algo sem precedentes.

Além disso, a SpaceX tem papel fundamental no programa da NASA para retornar à Lua até 2027, enfrentando a concorrência crescente da China. O investimento do governo estadunidene no Starship ultrapassa US$ 4 bilhões (R$ 22,58 bilhões).

Enquanto Musk se reposiciona como inovador, sua retirada da política traz incertezas ao Partido Republicano. A America PAC, financiada por ele, desempenhou papel crucial nas campanhas eleitorais de 2024, especialmente em estados-pêndulo.

A expectativa era de que ele repetisse esse apoio em 2026 e até 2028. “Se ele realmente sair, isso vai criar uma corrida para encontrar alguém que possa mobilizar eleitores em todo o país”, disse uma fonte ligada à PAC.

No entanto, a reação pública negativa pode ter sido decisiva. Uma pesquisa recente apontou que 57% dos estadunidenses desaprovam a atuação de Musk na administração Trump.

Tesla.
Montadora de Elon Musk enfrenta seu momento mais turbulento em anos, com recuos nas vendas e pressão global (Imagem: kovop/Shutterstock)

A derrota do candidato conservador Brad Schimel na Suprema Corte de Wisconsin, mesmo com US$ 50 milhões (R$ 282,33 milhões) investidos por Musk, reforçou dúvidas sobre a eficácia de sua influência política.

No Qatar Economic Forum, Musk foi direto: disse que só voltaria a investir em campanhas se visse uma razão concreta. “Acho que já fiz o suficiente”, declarou.

Com foguetes, carros autônomos e IA no radar, Elon Musk parece, finalmente, ter deixado para trás a arena política. Pelo menos, por enquanto.

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Fonte: Olhar Digital

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