A MRV&Co encerrou o primeiro trimestre de 2025 com um lucro ajustado de R$ 26 milhões, queda de 67% em relação ao mesmo período do ano anterior, ainda impactado por despesas financeiras.
A companhia teve receita líquida de R$ 2,17 bilhões, alta de 17,5% na comparação anual, mas abaixo das expectativas do mercado, que apontavam para R$ 2,38 bi.
O indicador foi pressionado por vendas que não foram registradas no trimestre, por conta de suspensões temporárias nos repasses em alguns programas regionais. Ao todo, 1400 unidades, no valor de R$ 320 milhões não foram repassadas.
O problema, no entanto, já está sendo resolvido, segundo a companhia. “O backlog já está sendo repassado no segundo trimestre, à medida que os problemas estão sendo solucionados”, afirmou a MRV&Co no release de resultados.
Com a melhora na operação, a margem bruta aumentou, chegando a 29,6%, alta de 3,7 pontos percentuais em relação ao primeiro trimestre de 2024 e de 2,6 p.p. em relação ao último trimestre de 2024.
O EBITDA da incorporadora, que consolida apenas os resultados da MRV, voltada para o Minha Casa Minha Vida, foi o destaque. O indicador ficou em R$ 344 milhões, avanço de 44% na comparação anual e acima do consenso, que apontava para R$ 332 milhões.
A melhora reduziu o endividamento. A dívida líquida ainda ficou estável, mas a alavancagem, medida pela relação entre o indicador e o EBITDA caiu de 3,84 vezes no ano passado para 1,7 vez.
O endividamento, medido pela dívida líquida sobre o EBITDA nos últimos doze meses, está caminhando bem, segundo o CFO.
Ainda impactado pela operação americana, a Resia, a MRV&Co queimou R$ 50 milhões em caixa. No mercado americano, o negócio queima caixa na fase de construção e gera caixa quando um empreendimento é vendido. No trimestre, não houve nenhuma venda.
As 1.400 unidades não repassadas pela MRV também influenciaram o indicador. “Se tivessem sido repassadas, teríamos uma pequena geração de caixa”, explica o CFO Ricardo Paixão
Operações da Resia
O executivo reafirma o foco de desalavancagem para a operação da MRV nos Estados Unidos, a Resia. No final de 2024, a MRV divulgou o compromisso de vender US$ 800 milhões de ativos até o final de 2026.
“Houve melhora de locação mês após mês, sinal de que temos um produto atrativo. Uma vez que estes projetos estão estabilizados, já conseguimos fazer a venda deles”, diz.
Em maio, já no segundo trimestre, houve a venda de três ativos, somando US$ 71 milhões. O CFO da MRV disse, no entanto, que o valor pago pelos últimos ativos vendidos foi abaixo do valor esperado, influenciando o lucro líquido.
Fonte: Exame